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24 nov 2024 09:58


Curso Empreendedorismo Eleitoral agrega novas ferramentas e métodos ao marketing político

Por Kleber Karpov

A forma de se perceber e se lidar com as necessidades das pessoas estão mudando. E no ambiente político, em processos de campanhas eleitorais e gestão de mandatos não é diferente. E essa é a proposta de uma equipe brasiliense que, em um ambiente de startup, traz o curso Empreendedorismo Eleitoral que agrega ao velho conceito do marketing político, novas metodologias e recursos, voltados às necessidades e anseios das pessoas.

Para entender melhor a proposta do curso Empreendedorismo Eleitoral, Política Distrital conversou com os idealizadores desse projeto, Cleyton Trevizan, que há mais de 15 anos desenvolve ferramentas de gestão de marketing político e Elton Euler, empreendedor de Brasília, idealizador do Mubbit, uma startup que está sendo lançada na capital agora em novembro, selecionada para a primeira turma do programa de aceleração do Sebrae.

Trevisan explica que: “Em um ambiente startup, a utilização de ferramentas como o Canvas da Proposta de Valor, o Canvas do Modelo de Negócio, o Mapa da Curva de Valor, a Matriz de Valores, o Mapa de Empatia, entre outras, são utilizadas em conjunto, aplicando métodos que tem o objetivo de “desenvolver” produtos ou serviços para um público-alvo, com o menor risco possível. É, portanto, esse conjunto de ferramentas e métodos, uma política de redução de riscos. ”, explica

Trevizan dá a receita do bolo: “Para alcançar o eleitor do futuro, precisamos aprender a escolher eleitores, aprender sobre eles e entregar-lhes valor, em um ambiente de extrema incerteza!”, explica.

Ao Política Distrital, Euler concedeu uma entrevista e traz uma série de explicações adicionais interessantes sobre o curso.

POLÍTICA DISTRITAL: que é o curso empreendedorismo voltado ao Marketing Político?

ELTON EULER: Empreendedorismo e marketing são coisas diferentes. É possível aplicar técnicas e ferramentas de marketing sem necessariamente estar empreendendo. Só há empreendedorismo se houver entrega de soluções para problemas que as pessoas vivam e problemas sob o ponto de vista de quem vive o problema, não de quem está propondo uma solução.

Se eu encontro problemas que um aplicativo pode resolver, começarei a empreender em um ambiente digital. Assim como existem problemas que necessitam de novas tecnologias para serem resolvidos, em novos equipamentos e dispositivos podem existir problemas que só serão resolvidos com ação política, mas a política brasileira faliu, há anos que ela não entrega solução efetiva para a vida das pessoas. Quanto maior o número de problemas, quanto maior forem as dores das pessoas, maior a necessidade e o espaço para se empreender.

O Empreendedorismo Eleitoral é isso, uma tentativa de fazer com que o mercado político saia da caixinha de “como ganhar uma eleição”, como convencer as pessoas, como atrair e até, como enganar o público.

PD: O curso traz ou propõe uma metodologia nova de se fazer Marketing Político?

EU: Tudo que nós estamos trazendo vai acabar virando o “novo marketing político”, mas não queremos só fazer marketing, queremos dar um passo a mais, queremos desafiar os profissionais desse segmento a colocarem o cliente no centro de tudo.

O marketing político atual precisa respirar coisa nova e nada mais atual do que o empreendedorismo de startups. Essa galera descobriu que a melhor forma de ganhar dinheiro é mudando o mundo e a vida das pessoas para melhor, é entregar valor e ser recompensado por isso.

PD: Qual o público-alvo desse curso?

EU: Pessoas dispostas a encontrar, juntas, uma solução para a política brasileira e para o Brasil. Pessoas que estejam dispostas a enfrentar o povo, conversar com ele, interagir com ele e descobrir o que ele realmente quer e precisa. Pessoas que estejam dispostas a buscar um modo de construir uma via para o que ainda não existe, para o que ainda não conhecemos, para o novo de verdade.

É disso que precisamos nesse momento, de pessoas que ousem acreditar que podem confrontar o ‘status quo’, a ignorar a forma como as coisas funcionam, a não se importar se é assim que todo mundo pensa ou faz há tanto tempo. Para construir o novo é preciso ignorar a realidade, ignorar o que existe e pensar “e se nós fizéssemos assim”. E há uma infinidade de “e se” do povo que precisa ser testado, precisa ser validado. A verdade sobre os rumos para o Brasil não está dentro dos gabinetes, está lá fora, onde o povo diz que dói. O governo reúne meia dúzia de cabeças que não sabe mais para onde ir. Nós precisamos do aprendizado do povo e o Empreendedorismo Eleitoral traz técnicas, ferramentas e metodologias para a construção de soluções desejáveis para problemas do dia-a-dia de quem vive com esses problemas, o povo.

PD: O que esse curso traz de inovações?

EU: Além desses desafios na forma de pensar, o curso trás para esse mercado ferramentas visuais para a construção de modelos de negócios que têm revolucionado o mercado tradicional. Não é a toa que empresas como Uber, NetFlix, Google e muitas outras têm se tornado tão relevantes para as pessoas. Elas fizeram o seu dever de casa e é possível implementar tudo isso na construção de projetos políticos. Ainda veremos homens e mulheres nesse país sendo carregados pelo povo assim como os usuários de iPhone carregam a Apple. O curso é só o começo disso.

PD: Vocês estão montando um canal de relacionamento de profissionais de Marketing Político e de outros segmentos. Fale um pouco sobre isso.

EU: De onde eu venho não tem “papa do conhecimento” ou hierarquia. O conhecimento tem que ser compartilhado e precisa ser exposto às pessoas que vêm de escolas diferentes, tempos diferentes e realidades diferentes, essa união é que realmente pode nos mostrar o real poder do empreendedorismo no mercado político. Queremos construir uma comunidade que comece a empreender na política.

Assim como no mercado tradicional as empresas estão deixando de nascer só para ganhar dinheiro, a política precisa deixar de ser apenas pelo voto. Dá para ser mais, dá par crescer, dá para fazer as pessoas se apaixonarem pela política e construírem juntas um mundo melhor, um Brasil que funcione, que valha a pena, mas só conseguiremos isso juntos.

Os profissionais do mercado político precisam dessas ferramentas para abrirem caminho para os homens e mulheres de bem que farão a nova política no Brasil. Eu acredito muito nisso e sei que em pouco tempo o Brasil estará exportando expertise eleitoral através do empreendedorismo.

PD: Quando e onde ocorrerá o curso?

EU: O curso acontecerá nesse final de semana (6 e 7 de novembro) em Brasília, na Asa Norte em um espaço de cursos para 20 pessoas. Trabalharemos em um formato de oficina dividindo a turma em quatro grupos. Os desafios acontecem na medida em que o curso vai avançando, os grupos vão interagindo e aprendendo a usar as ferramentas. O curso não é tipo palestra, vamos aprender fazendo.

PD: Qual o investimento para se fazer o curso?

EU: Essa primeira turma custa R$ 500,00 para os dois dias. O material é por nossa conta e o almoço também.

PD: Como participar?

EU: As inscrições e mais informações sobre o curso estão no www.empreendedorismoeleitoral.com.br e quem quiser participar de um grupo no Whatsapp onde estamos discutindo esse tema e apresentando um pouco sobre o que é o Empreendedorismo Eleitoral é só me chamar no (61) 8282-7257.

Quem for terá a oportunidade de aprender muito sobre startups e empreendedorismo, além de interagir com gente experiente de vários estados, com formação na USP, experiência em diversos tipos de campanha e também com empreendedorismo. Uma das participantes além de atuar em campanhas políticas, é facilitadora do Empretec, o maior curso de empreendedorismo do mundo, organizado pela ONU e no Brasil realizado pelo Sebrae. Será uma experiência única.

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