No final de outubro, Girlene Soares de Almeida, 44 anos, recepcionista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, morreu durante a transferência do Hospital de Base de Brasília (HBDF) para o Instituto do Coração do DF (ICDF). O caso, noticiado por Correio Braziliense (6/Out), ganhou notoriedade após os familiares despertarem o interesse da alta corte brasileira e levarem em consideração a possibilidade de uma investigação por parte da Polícia Civil do DF (PCDF).
O HBDF, maior hospital do DF, conta com estrutura adequada para atender demandas de urgências e emergências aos pacientes com problemas cardíacos. E chamou atenção por parte da alta corte, relatos de familiares e, ainda, servidores do Hospital e de assessores de Zavascki, que houve falha no atendimento, devido à falta de um equipamento para cateterismo, informações essas contestadas pela Secretaria de Estado de Saúde do DF.
Cardiologista havia denunciado ao Blog
Política Distrital publicou em 28 de outubro, matéria intitulada: “Pacientes estão morrendo por falta de condições mínimas de trabalho”, afirma cardiologista do Hospital de Base do DF” abordando a denúncia de um cirurgião cardiologista, daquela unidade, sobre a impossibilidade de fazer diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
Mais que isso, o denunciante falou ainda da falta de reagentes para diagnosticar IAM, falta ainda enzimas cardíacas e stents – prótese em formato de tubo, utilizado no interior de uma artéria para evitar uma possível obstrução total de vasos sanguíneos –, utilizado em cirurgias cardíacas.
Secretaria confirmou falta de produtos
Na ocasião a SES-DF, por meio da Assessoria de comunicação a Secretaria confirmou a falta de ACKMB (enzima para diagnóstico de infarto do miocárdio). “está em falta há duas semanas. O processo de compra já está em andamento e o medicamento, que não é encontrado no DF, deve chegar de São Paulo em no máximo dez dias.”.
A SES se manifestou ainda em relação a existência de um processo de compra de stents em andamento com previsão de chegada em 15 dias e esclarece: “Até que os estoques dos dois produtos sejam regularizados os pacientes serão encaminhados para o Instituto de Cardiologia do DF (ICDF).”.
Mas…
Fato é que no caso de Girlene Soares a Ascom da SES-DF soltou nota afirmando que a paciente recebeu toda assistência necessária no HBDF, antes de ser encaminhada ao ICDF. De acordo com a SES-DF ao Jornal:
“A equipe imediatamente providenciou a realização de eletrocardiograma, que mostrou infarto agudo do miocárdio anterior externo. Em seguida foi feito raio X de tórax e trombólise química (medicação para conter o infarto), procedimento previsto no protocolo médico em casos como este […] A Secretaria de Saúde ressalta que durante todo o período em que ficou no Hospital de Base do DF a paciente foi assistida e monitorada pela equipe médica de cardiologia.”
Saúde do DF ganhará atenção?
Conforme observou Correio Braziliense: “A Secretaria, contudo, não explicou o motivo da remoção de Girlene.”. Resta saber se a morte da mãe de duas crianças, de 44 anos, Girlene Soares de Almeida, não será em vão. Se o caso despertará o interesse da mais alta corte do país em relação ao caos da saúde pública do DF.