Os acidentes com animais peçonhentos são sempre uma preocupação para a população e para a rede de saúde. Neste ano, de janeiro a outubro, foram notificados 2.019 casos pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde. Desse total, grande parte são acidentes com escorpião, compreendendo 1.535 casos e o segundo maior causador são as serpentes, com 125 ocorrências registradas.
O biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) Israel Martins faz o alerta para o possível aumento de incidência de escorpiões nas residências para os próximos meses. “No período chuvoso esses animais entram mais na casa das pessoas porque a galeria de águas pluviais ficam mais cheias e aí os escorpiões vão em busca de um lugar mais seguro”. Outro animal que é necessário prestar atenção são as aranhas, que podem ficar desabrigadas devido as chuvas.
Em 2019, entre janeiro e outubro, foram registrados 1.850 acidentes envolvendo animais peçonhentos. A maior parte envolveu escorpiões, com 1.363 ocorrências. Os demais registros foram:
Serpentes: 121
Abelhas: 96
Aranhas: 83
Lagartas: 112
Não especificados: 75
Todo paciente que vai a uma unidade de saúde em busca de atendimento tem o caso de acidente com animais peçonhentos notificado no sistema do Ministério da Saúde e da secretaria. A partir dos dados é possível prever o estoque necessário de soros contra os diferentes venenos para assegurar a reposição ao longo do ano nas unidades de saúde da rede.
Atendimento
Em caso de acidente, o paciente deve procurar o mais rápido possível a emergência do hospital mais próximo para o atendimento e, se necessário, receber o soro compatível. Apenas o Hospital Regional da Asa Norte não está fazendo esse tipo de atendimento devido à pandemia.
A Secretaria de Saúde conta também com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) do Samu, referência no atendimento aos pacientes picados que funciona 24 horas por dia. O Ciatox possui equipe multidisciplinar de médicos, enfermeiros e farmacêuticos que prestam orientação à população. Em caso de ocorrência, disque 0800-644-6774.
Cuidados
Para evitar os acidentes é importante vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha; reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas; telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques; telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos tapados; manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados e; manter limpos quintais e jardins.
“O contato com os escorpiões pode ser aumentado por conta das condições ambientais e das moradias humanas. Por isso, é importante ter certos cuidados. Eliminar fontes de alimentos para os escorpiões como baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados. Além disso, evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões”, explica o biólogo.
O biólogo explica que é importante preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, por exemplo) pequenos macacos, quatis, lagartos, sapos e gansos, pode evitar o surgimento dos escorpiões. “As galinhas não são agentes controladores eficazes dos escorpiões, pois possuem hábitos diurnos enquanto os escorpiões, noturnos”, afirma.
Atendimento
Em caso de acidentes com escorpião, aranha, lagarta e lacraia os números para contato com a Vigilância Ambiental são o 160 e 2017-1344 ou pelo e-mail [email protected] para agendamento da inspeção. Após o agendamento, uma equipe é enviada à residência e faz a coleta dos animais existentes, com busca em caixas de esgoto, entulhos e outros locais.
No entanto, nas ocorrências com abelhas é o Corpo de Bombeiros quem deve ser acionado, pelo telefone 193, e no caso de serpentes o Batalhão de Polícia Ambiental (190). Em relação a esses dois animais, cabe à Vigilância Ambiental a orientação e a educação da população sobre os cuidados de prevenção para evitar os acidentes.