O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal, abriu com atraso de 45 minutos a sessão extraordinária especial que decidiu, por 59 a 13 votos, manter preso o senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo Dilma, preso em flagrante tramando obstruir a investigação sobre a compra superfaturada, pela Petrobras, da refinaria americana de Pasadena. Essa negociata está na origem das investigações sobre a gatunagem ocorrida na patroleira brasileiro.
Antes de colocar o caso em votação, Calheiros leu um parecer tentando descaracterizar o flagrante que determinou a prisão preventiva.
Delcídio Amaral se reuniu em um apartamento, no flat Gonden Tulip, para tramar a obstrução das investigações da Lava Jato, com o banqueiro André Esteves, o advogado Sergio Ribeiro e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. A reunião foi gravada por Bernardo, que se utilizou do próprio celular.
Durante a conversa, Delcídio deixa claras as suas propostas em troca do silêncio de Nestor Cerveró sobre sua participação na negociata de Pasadena, que lhe rendeu, segundo delação do lobista Fernando Baiano, uma propina no valor de US$ 1,5 milhão, correspondentes a R$ 5,7 milhões.
O senador se comprometeu a pagar uma mesada no valor de R$50 mil e sugeriu uma “rota de fuga” de Cerveró para a Espanha, num jato Falcon 50, passando pelo Paraguai, além de garantia que usaria seus contatos para pressionar ministros do Supremo Tribunal Federal a tomar decisões favorável ao ex-diretor, que está preso em Curitiba.
Fonte: Diário do Poder