Quadrilha é acusada de fraudar mais de R$ 48 milhões em recursos públicos. Sete suspeitos haviam sido presos; Ferrari foi apreendida com um deles.
Por G1 Rio
A operação Ilha Fiscal cumpre, nesta quarta-feira (9), nove mandados de prisão e 16 de busca e apreensão contra uma quadrilha acusada de fraudar mais de R$ 48 milhões em recursos públicos por meio de contratos com a Prefeitura do Rio de Janeiro.
Até as 8h50, sete acusados haviam sido presos. Entre eles, estão os irmãos Wagner Viveiros Pelegrini e Walter Pelegrini Júnior donos da empresa Organização Social de Saúde (OS) Biotech, que desviava os recursos que a Prefeitura encaminhava para a manutenção de hospitais da cidade. O ex-subsecretário municipal de saúde João Luiz Ferreira da Costa também é investigado por participar do esquema, mas responde em liberdade.
Na operação foram apreendidos carros importados, como duas Ferraris, e cerca de R$ 500 mil em espécie na casa de dois dos presos. Além de dólares e joias na casa dos envolvidos.
Cerca de 85 agentes participam da operação, que é feita pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco/IE), em apoio ao Grupo de Atuação Integrada na Saúde e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ).
De acordo com o delegado titular da Draco, Alexandre Herdy, a operação contribui para o combate à máfia da saúde, que, além de lesar o governo, corrompe a gestão pública e afeta o atendimento à população.
Gastavam em joias e carros
O esquema funcionava com o superfaturamento de contratos da Organização Social Biotech, que gerencia os hospitais municipais Pedro II e Ronaldo Gazola. A investigação descobriu que os donos desta organização gastavam a verba de materiais e serviço dos hospitais em joias e carros de luxo.
No esquema, a Prefeitura do Rio repassava o dinheiro para Biotech e ela teria que fazer a manutenção dos hospitais. Mas os promotores afirmaram que a empresa contratava os fornecedores e pagava um valor mais alto do que os serviços valiam. Os fornecedores devolviam os valores para a organização, que lucrava com a diferença. Em alguns casos, as empresas contratadas nem prestavam os serviços. A cada R$ 3 milhões recebidos, cerca de R$ 1 milhão foi desviado.
Peculato e organização criminosa
A operação teve origem a partir de denúncia ajuizada pelo MP-RJ contra 37 pessoas que integram a Organização Social de Saúde (OS) Biotech, responsável por gerenciar os Hospitais Municipais Pedro II e Ronaldo Gazolla. Os acusados foram denunciados pelos crimes de peculato e falsidade em organização criminosa.
Segundo investigação do Ministério Público, foram realizadas “inúmeras compras superfaturadas” e pagamentos por serviços não prestados, sempre a cargo de pessoas ligadas ao esquema que, assim, possibilitavam o retorno do dinheiro aos dirigentes da OS Biotech após saques milionários em espécie.
Fonte: G1 Rio