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22 nov 2024 23:35


Caesb faz parte da Rede Monitoramento Covid Esgotos

Projeto vai monitorar os detritos de seis capitais do Brasil. No DF, além da companhia, a parceria conta com FAP-DF, UnB e ANA

Atualmente, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) trata 100% do esgoto coletado em 7,4 mil quilômetros de suas redes, que atendem 90,9% da população do DF. Tal cobertura permitiu à Caesb, desde setembro do ano passado, coletar amostras de esgoto bruto para análise nos laboratórios da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa servirá para o monitoramento e a quantificação de fragmentos do novo coronavírus (SARS-Cov-2) presentes no esgoto coletado nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

Os dados obtidos farão parte do estudo realizado pela Rede Monitoramento Covid Esgotos, da qual a Caesb faz parte como parceira da UnB. O objetivo é expandir e compartilhar informações para o enfrentamento e a prevenção à pandemia de covid-19. A organização institucional cabe à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis).

No DF, a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF) – instituição que apoia e promove pesquisas em ciência, tecnologia e inovação – liberou R$ 98,8 mil para o financiamento dos trabalhos

Realizado desde abril de 2020 em Belo Horizonte, o projeto-piloto para a coleta de amostras de esgoto bruto foi ampliado para mais cinco capitais: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e Recife. No DF, a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF) – instituição que apoia e promove pesquisas em ciência, tecnologia e inovação – liberou R$ 98,8 mil para o financiamento dos trabalhos.

O diretor-presidente da FAP-DF, Marco Antônio Costa Júnior, celebra a iniciativa que irá oferecer dados importantes e subsidiar as ações de combate e controle à pandemia. “Vamos criar um mecanismo de alerta precoce das autoridades sanitárias quanto à possibilidade de novos surtos com base na análise dos esgotos”, afirma.

As análises serão feitas nas amostras coletadas semanalmente em oito ETEs que atendem 80% da população do DF e englobam grande variedade de perfis socioeconômicos: Brasília Sul e Norte, Melchior, Samambaia, Gama, Planaltina, São Sebastião e Riacho Fundo. Coletas no Aeroporto Juscelino Kubitscheck e na Rodoviária do Plano Piloto podem ser realizadas, pelo grande e constante fluxo de pessoas. As análises qualitativas serão feitas nos laboratórios da UnB.

Com os resultados do estudo, serão quantificados e monitorados os fragmentos do novo coronavírus no esgoto bruto. Dessa forma, durante a pandemia, será possível avaliar a evolução/involução dos casos nas regiões atendidas pelas estações de esgoto. Após a pandemia, o monitoramento também vai poder alertar sobre a possibilidade de novos casos.

Caesb

Nos últimos 10 anos, a Caesb realizou diversos estudos sobre a epidemiologia do esgoto. Um dos projetos trata do consumo de drogas ilícitas a partir de coletas nas estações de tratamento de esgoto | Foto: Divulgação/Caesb

Na Caesb, três empregados estão participando ativamente no projeto. O trabalho de articulação institucional junto às demais instituições envolvidas, consolidação e divulgação dos resultados é realizado pelo superintendente de Projetos Especiais e Novos Negócios da Caesb, Fuad Moura Guimarães Braga.

A logística das coletas das amostras de esgoto é responsabilidade da superintendente de Operação e Tratamento de Esgotos, Ana Maria do Carmo Mota. A consolidação das análises realizadas em laboratório será feita pelo superintendente de Gestão Operacional, Luiz Carlos Hiroyuki Itonaga. Esse grupo participa de reuniões mensais com a equipe da UnB para planejamento e avaliação das atividades realizadas.

Segundo Fuad, a companhia tem amostras coletadas e devidamente conservadas desde setembro de 2020, o que permitirá a análise dos fragmentos virais do coronavírus e a geração de informações para as autoridades de saúde. “Temos expectativa de obter os primeiros resultados analíticos do DF ainda no primeiro semestre de 2021. Os recursos obtidos via FAP-DF nos permitem realizar análises e produzir dados por até 18 meses”, explica.

A professora do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB, Cristina Brandão, detalha que os estudos serão conduzidos pelo Instituto de Química e pelo Programa de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da universidade. “A Caesb é mais do que uma parceira, a empresa faz parte desse projeto”, elogia.

 Webinar

No dia 16 de abril foi realizado o webinar Monitoramento do esgoto como ferramenta de vigilância epidemiológica no Brasil: do projeto piloto para a Rede Monitoramento COVID Esgotos.

O evento contou com a participação de Carlos Chernicharo (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT ETEs Sustentáveis), Thaís Cavendish (Ministério da Saúde), Oscar Cordeiro Netto, Marcelo Cruz e Sérgio Ayrimoraes (ANA).

No encontro, foram apresentadas as lições aprendidas com o projeto-piloto em Belo Horizonte, tendo como maior destaque o alerta precoce que o monitoramento do esgoto pode fornecer. Sobre o trabalho desenvolvido pela Rede, a ANA disponibilizou o Boletim de Apresentação das seis capitais (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro) que integram os pontos de monitoramento do coronavírus nas redes de esgotos.

A divulgação dos resultados da Rede Covid Esgotos será realizada por meio de boletins de acompanhamento, mensais ou quinzenais. A partir dos resultados obtidos por meio das análises laboratoriais, que indicarão as concentrações do material genético do SARS-CoV-2 nas amostras, serão elaborados gráficos e mapas georreferenciados para possibilitar a visualização espacial e a temporal da ocorrência do vírus nos diferentes pontos amostrados.

Histórico

Nos últimos 10 anos, a Caesb realizou diversos estudos sobre a epidemiologia do esgoto. Um dos projetos trata do consumo de drogas ilícitas a partir de coletas nas estações de tratamento. É uma parceria entre a Caesb, a UnB e as polícias Federal e Civil do DF, além do Ministério da Cidadania e do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA).

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