Por Francisco Lima Jr.
Poucos entenderam, de fato, as cenas produzidas ontem (28), com a reunião promovida em Brasília pelo governador Rodrigo Rollemberg com dez governadores e um vice.
Vale iniciar destacando que foi um evento multipartidário, em que governadores de todos os partidos compareceram. Após longa reunião em Águas Claras, capitaneada por Rollemberg, e a produção de um documento em comum acordo, todos bateram, conjuntamente, à porta do ministro Nelson Barbosa.
Segundo consta, não levaram apenas os problemas de seus estados, destaque para a falência da saúde pública em todos eles e da falta de recursos para as outras demandas, mas apresentaram ao ministro as diversas alternativas para solucionar os problemas que afligem todos os estados e, também, a União.
Ninguém declarou publicamente, nem haveria necessidade, mas a principal alternativa ou fonte de receita para todos os males deverá ser a aprovação pelo Congresso da CPMF (Contribuição Provisória por Movimentação Financeira). Na economia não existem mágica e nem milagres. A CPMF é a única e viável saída no momento!
Talvez sem esta pretensão, Rollemberg, ao promover tais encontros convencendo seus colegas dos mais variados partidos dessas realidades, tenha concretizado algo que o mundo político anuncia e não é de hoje e ainda não teve a grandeza de fazê-lo: um pacto federativo.
Pegando apenas a saúde pública como exemplo, as mazelas e complicações de toda ordem mostradas ultimamente no estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal, refletem uma triste realidade em todas as demais unidades da Federação.
Com o seu governo diariamente boicotado na esfera federal, Rollemberg, ao trazer para Brasília, dentre outros, o governador do estado de Pernambuco, Paulo Câmara, do mesmo PSB que o seu, reafirmou diante do governo federal que o comando da legenda ainda reside na terra de Eduardo Campos, e que o espírito de companheirismo e a coragem para enfrentar problemas em parcerias com quem possa de fato somar, continuam vivos em seu partido.
Para um bom entendedor o recado foi o seguinte: Dilma e o seu governo poderão continuar contando com o apoio de Rollemberg e do seu PSB sempre que o país precisar.
Até o governador de São Paulo pelo PSDB, Geraldo Alckmin, terá que fazer e fará tudo ao seu alcance para convencer a sua bancada a aprovar a CPMF. Duvidam?
Ou seja, além de concretizar um verdadeiro pacto federativo, Rollemberg fez por Dilma e pelo seu governo o que nem o PT seria capaz de fazer, como demonstra diariamente. Nada de bolada nas costas, esse sim, foi um gol de placa!
* Francisco Lima Jr.(48), Jornalista, Cientista Político pela UnB,
Professor de Jornalismo nas Faculdades Icesp/DF,
titular do www.blogdoprofessorchico.com.br,
blogueiro colaborador na Agência Política Real,
Colaborador no Programa Diário Brasil, na TV Gênesis e
Presidente da Associação Brasiliense dos Blogueiros de Política (ABBP).
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