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22 nov 2024 07:17


“Isso não passa de um engodo,” afirma presidente de SindSaúde-DF, sobre negociação do BRB e superendividados do GDF

Sindicato questiona medidas apresentadas por BRB, negociadas por presidente da Câmara Legislativa do DF e acompanhada pela Defensoria Pública do DF.

A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília-DF (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, publicou uma matéria questionando a solução apresentada pelo Banco Regional de Brasília (BRB) aos servidores do GDF, superendividados com o Banco. De acordo com a publicação a sindicalista afirma olhar com ressalvas “a formulação do plano, que prevê como condição para o parcelamento das dívidas, sem juros abusivos, a imposição de um curso de educação financeira aos correntistas.”, mediadas pela presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), Celina Leão (PDT).

Nas palavras de Marli Rodrigues: “Isso não passa de um engodo, pois os servidores estão nessa situação de inadimplência devido ao não-pagamento dos reajustes de setembro e ao atraso das horas-extras, sem contar com o desaquecimento da economia devido ao aumento da inflação. Esse tipo de política não adiantará sem que o GDF coloque em dia tudo o que deve aos trabalhadores”.

A culpa é de Rollemberg

A crítica da presidente de Entidade relaciona aos constantes atrasos de salários e benefícios, além do não pagamento das incorporações que deveriam ter ocorrido em setembro de 2015, adiadas pelo governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), para outubro desse ano.

Problema é antigo

Embora pertinentes, Política Distrital lembra que uma das principais demandas do funcionalismo público do DF vão de encontro às dívidas junto ao Banco. Esse é o caso de centenas de ações movidas, por exemplo, pelo Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), que em 2010 anunciava as ações judiciais em favor dos servidores, por causa da sobretaxação de taxas de juros em renegociações do BRB.

No final de fevereiro de 2011 o próprio SindSaúde comemorou reunião do colegiado do Banco que decidiu garantir o direito aos servidores públicos da saúde, educação e segurança, endividados em mais de 30% da renda, de receberem o restante do salário e obterem novo parcelamento do débito em até 90 meses.

O Blog lembra ainda que o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF), publicou matéria, em 11 de julho de 2014, informando havia ganhado, na Justiça, uma ação civil contra o BRB, que assegurava o limite máximo de descontos de 30% do salário do servidor e que os servidores interessados poderiam procurar o Sindate-DF.

Vão morrendo de fome enquanto discutimos a relação

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SindSaúde pede para discutir relação com BRB

O SindSaúde-DF por sua vez, em uma pesquisa rápida no site da entidade, salvo, questões pontuais resolvidas pelo próprio BRB, de desconto indevido, a última ação da entidade, em relação ao Banco, para ajudar os superendividados a que representa, foi um convite para se discutir a relação, na matéria postada em 28 de agosto de 2014.

Na matéria em questão, embora o Sindicato afirme ter encaminhado um ofício ao BRB,  ao então presidente do BRB, Paulo Roberto Evangelista Lima, solicitando que o banco seja sensível a essas questões e providencie a saúde financeira do servidor, mas não tenha disponibilizado, a Entidade pede a sensibilização do ex-governador, Agnelo Queiroz (PT).

“Para solucionar esse impasse, é preciso que o governo se sensibilize e perceba que o funcionário do serviço público é um correntista fiel e merece linhas de crédito melhoradas, com taxas de juro menores — tratamento que é dado por outros bancos que já reconheceram o valor do trabalhador estatutário. E por que não ir além, criando um projeto que possibilite aos servidores sanarem suas dívidas?”.

Desde então, não houve outro registro sobre o superendividamento dos servidores da Saúde do GDF.

Opinião

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Superendividados durante reunião com Celina Leão – Foto: Ascom Celina Leão

Sem entrar no mérito dos argumentos da Sindicalista, válidos, em relação às dívidas de Rollemberg em relação aos servidores, considerando que tal governo começou em 2015, a atual direção do SindSaúde-DF se esquece de detalhes importantes.

Um deles, que centenas desses trabalhadores se encontram superendividados por acumularem dívidas ao longo de vários anos. Em geral esses acúmulos são provenientes de sobretaxações de juros sobre juros em renegociações de dívidas. Que muitos servidores não são sindicalizados, alguns por não poder pagar algumas mensalidades exorbitantes a título de sindicalização e, portanto, não contam com apoio jurídico para se livrar das armadilhas do sistema financeiro.

Mas a pergunta que não quer calar é: Enquanto o SindSaúde quer discutir a relação, os servidores do GDF morrem de fome?

Parabéns

Política Distrital parabeniza a iniciativa do servidor ao expor o problema, do grupo por se unir e buscar uma solução, da servidora Elied Barbosa, por apoiar o grupo, da psicóloga, Dalzi Neres pelo suporte profissional, a advogada, Fernanda Borges, por orientar e acompanhar o grupo, a deputada Celina Leão, ao Chico Vigilante (PT), Defensoria Pública do DF e até mesmo à Rollemberg, por se sensibilizarem e prontificarem a ajudar, até o momento, quase 1.000 servidores públicos do DF que, mesmo por meio de um engodo, devem receber salários e colocar comida à mesa em janeiro.

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