Por Kleber Karpov
Por meio de nota o Ministério da Saúde (MS) afirmou não existir estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia. O caso ganhou repercussão após o governo do Rio Grande do Sul (RS) descartar, temporariamente, o uso do larvicida. Isso após um relatório de um grupo argentino apontar uma possível potencialização de má formação cerebral, com o uso dessa substância para o combate às lavas do Aedes Aegypti.
Confira a nota do MS:
Esclarecimento sobre o uso do larvicida pyriproxifen
Não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia. O Ministério da Saúde somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os produtos passam por um rigoroso processo de avaliação da World Health Organization Pesticed Evaluation Scheme (WHOPES).
O pyriproxifen está entre os produtos aprovados por esse comitê e também possui certificação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que avalia a segurança do larvicida no Brasil.Ao contrário da relação entre o vírus Zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento cientifico. É importante destacar que algumas localidades que não utilizam o pyriproxifen também tiveram casos de microcefalia notificados.
A Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), como autoridade de saúde local, tem autonomia para utilizar o produto adquirido e distribuído pelo Ministério da Saúde ou desenvolver estratégias alternativas.Cabe ressaltar que o Ministério da Saúde somente recomenda a utilização de larvicidas em situações especiais, onde há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente.
É importante lembrar que para erradicar o Aedes aegypti e todos os seus possíveis criadouros, é necessária a adoção de uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada. Quinze minutos de vistoria são o suficiente para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras iniciativas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes e inseticidas para o ambiente.
No DF
A Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), recebeu em janeiro 600 litros do micro-organismo Bacillus thuringiensis israelensis, um larvicida biológico, distribuídos inicialmente nas regiões administrativas, com a maior incidência do mosquito.
Confira relatório da OMS sobre a utilização do pyriproxifen:
http://www.who.int/whopes/quality/en/pyriproxyfen_eval_specs_WHO_jul2006.pdf
Com informações da Agência Saúde e Agência Saúde-DF