Por Mariah Aquino
O intervalo entre as doses para crianças de 5 a 11 anos será de oito semanas. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde em coletiva nesta quarta-feira (5/1).
A orientação prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) era de ministrar a segunda dose três semanas depois da primeira. Indivíduos nesta faixa etária podem receber o imunizante da Pfizer em dose pediátrica, de um terço da habitual, de acordo com a agência reguladora brasileira.
A vacinação da faixa etária vai começar por crianças com comorbidades. Será necessária a autorização dos pais. Caso os responsáveis estejam presentes durante a imunização, não será necessária a apresentação de termo por escrito.
O ministério recomenda, mesmo assim, a consulta prévia de médico antes da imunização. A pasta voltou atrás e decidiu rejeitar a obrigatoriedade de receita médica para vacinação de crianças contra a Covid-19.
A intenção inicial do governo era de a exigir prescrição médica. Contudo, após a audiência pública realizada na terça-feira (4/1) com membros de entidades médicas, o órgão decidiu recuar.
Dos 18 participantes da audiência, apenas três se opuseram à imunização de crianças. Além disso, durante o encontro, a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo, afirmou que a maioria dos participantes da consulta pública realizada pelo Ministério da Saúde sobre o tema se opôs à exigência da receita.
Vacinação infantil
O uso de doses pediátricas da vacina Pfizer para crianças de 5 a 11 anos foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro de 2021. No entanto, apesar do aval do órgão regulador, cabe ao Ministério da Saúde adquirir o imunizante e incluir o público infantil no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
De acordo com a Anvisa, a dosagem do imunizante será especial, de apenas 3 microgramas. Para adultos, o volume é de 10 microgramas.
Audiência pública
Na terça-feira (4/1), a pasta promoveu uma audiência para debater o tema e apresentar os resultados da consulta pública realizada entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro sobre o assunto. A maioria dos participantes da audiência se posicionou favorável à imunização de crianças.
Durante o evento, 18 representantes de entidades médicas e do Ministério da Saúde discursaram. Entre os participantes, estavam três médicos indicados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, presidida pela parlamentar bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF). Os profissionais foram os únicos a se opor à vacinação do público infantil na audiência.