Por Samara Schwingel e Caio Barbieri
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) instaurou um Indicativo de Interdição Ética da Unidade de Saúde para o Hospital Regional do Gama (HRG). A decisão visa acelerar a resolução dos problemas encontrados na unidade. Segundo a autarquia, o hospital sofre com falta de profissionais, insumos, medicamentos e equipamentos.
A Secretaria de Saúde será notificada ainda nesta semana e terá até 30 dias para sanar as irregularidades.
O Indicativo de Interdição Ética é o prazo final dado às instituições a fim de que ofereçam as condições para prestar o atendimento que delas se espera em benefício da população. O indicativo de interdição ocorrerá quando houver “prova inequívoca de que a continuidade de funcionamento da instituição, em condições precárias, traga fundado receio da iminente ocorrência de dano irreparável ou de difícil reparação aos pacientes que dela necessitem”.
Segundo o CRM-DF, a escassez de força de trabalho médica, sobretudo na Unidade da Clínica Médica, “inviabiliza uma assistência digna à população.” Além disso, as condições de trabalho seriam exaustivas e “expõem os profissionais de saúde e seus pacientes a alto risco de desassistência”. O CRM-DF averiguou que não houve a efetiva contratação de médicos em número suficiente à atual demanda durante um ano.
O Conselho vai encaminhar as informações ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Em coletiva realizada nesta quinta-feira (24/2), o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, afirmou que a pasta trabalha em melhorias na unidade.
“Temos os dados levantados pelo CRM. Podemos dizer que os postos 1, 2 e 3 do pronto-socorro foram reformados. Abrimos um posto de coleta no laboratório, que foi uma das solicitações”, disse. O gestor admitiu que há uma dificuldade em relação aos profissionais, mas destacou que a pasta está em fase de contratação de 100 médicos para a rede pública. “A partir da semana que vem, eles já começam a se apresentar”, completou.