Carlos Carone e Mirelle Pinheiro
Descalços, sem camisa e distantes de qualquer cuidado com a higiene, falsificadores estão produzindo, em larga escala, o Novel Coronavírus, primeiro autoteste a receber registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os produtos são vendidos em grupos de WhatsApp, mesmo antes de os autotestes verdadeiros chegarem às prateleiras das farmácias do Distrito Federal.
A coluna teve acesso a imagens e vídeos em que os falsificadores aparecem despojados, na sala de um imóvel, produzindo centenas de caixas usadas para embalar os testes falsos. As autoridades foram alertadas pela empresa que recebeu a autorização da Anvisa para comercialização do Novel, a CPMH Produtos Hospitalares.
Uma ocorrência foi registrada na Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), que apura o caso. De acordo com a empresa, uma suposta companhia, chamada Alpha Epis Hospitalares, fez uma postagem nos stories do WhatsApp de um teste rápido de Covid como se fosse da Novel, mas o produto é uma imitação barata, segundo os reais importadores.
Veja imagens do falso autoteste:
Cotonete longo
A imitação do autoteste tem uma série de divergências, que vão além dos perigos de se usar um produto que jamais passou pelos rigorosos testes laboratoriais. O item falsificado aparenta ter cotonete mais longo do que o original, e o formato do tubo de coleta é diferente do autoteste aprovado pela Anvisa.
Segundo a CPMH, a comercialização dos testes falsificados está sendo feita pelas redes sociais. Pontuou ainda que a polícia será acionada para investigar o caso. “Alertamos que produtos falsificados não apresentam a segurança e eficácia atestados para a utilização do autoteste”, informou a empresa em nota.