Ao promover eventos que marcam as fases do programa, o Criança Feliz Brasiliense tem o cuidado de proporcionar às mães com filhos na primeira infância um espaço de acolhimento, onde elas podem fazer exames de saúde, como mamografia, aferição de pressão e glicemia. No local, as mulheres contam ainda com uma sala de escuta, na unidade móvel disponibilizada pela Secretaria da Mulher, para ficarem à vontade e fazerem denúncia de violência doméstica, por exemplo.
Gerenciado no Distrito Federal pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), o programa tem realizado desde abril, em parceria com os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), o lançamento da Campanha ABC para a Primeira Infância nas regiões administrativas (RAs) atendidas pelo Criança Feliz Brasiliense. Nas ocasiões, são convidadas cerca de 20 famílias mais vulneráveis atendidas pelo programa em cada RA.
“Atendemos qualquer tipo de violência. Temos uma cartilha explicando o que configura a violência e como procurar ajuda. Essa parceria com a Sedes é fundamental para divulgar os nossos equipamentos e serviços, porque muitas mulheres são vítimas de violência e não sabem onde procurar ajuda”
Nesta quarta-feira (11), foi a vez de Planaltina e Sobradinho receberem a mobilização. Assim como tem ocorrido nos demais lançamentos, a população foi beneficiada pela parceria entre as três secretarias: de Desenvolvimento Social, da Mulher e da Saúde.
Casmilandia Cruz Reis, 39 anos, foi uma das mães convidadas a participar da campanha desta quarta em Planaltina. Além da Rebeca, de 1 ano, que é acompanhada pelo Criança Feliz Brasiliense, Casmilandia tem cinco filhos e recebe o apoio de uma unidade socioassistencial para sustentar a família. “É muito bom, a gente aprende muito com o Cras, com o programa Criança Feliz também. É uma ajuda muito boa cuidando dos nossos filhos”, pontua ela.
Um dos serviços oferecidos nos Cras em todos os eventos do Criança Feliz Brasiliense é a unidade móvel da Secretaria da Mulher. “Nós conversamos com elas sobre os equipamentos da Secretaria da Mulher nos quais ela deve procura ajuda se estiver sofrendo algum tipo de violência doméstica ou conhecer alguém nessa situação. Se ela precisar de orientação, nós explicamos que existem unidades específicas para esse acolhimento, como a Casa da Mulher Brasiliense. Temos assistência psicossocial também”, enfatiza a assessora da Secretaria da Mulher, Adriana de Castro, da Diretoria de Áreas Temáticas.
“Atendemos qualquer tipo de violência. Temos uma cartilha explicando o que configura a violência e como procurar ajuda. Essa parceria com a Sedes é fundamental para divulgar os nossos equipamentos e serviços, porque muitas mulheres são vítimas de violência e não sabem onde procurar ajuda”, afirma Adriana.
Quem também aproveitou o atendimento especializado voltado às mulheres foi a dona de casa Valéria Rodrigues de Sousa, 23 anos, mãe do pequeno Davi Rodrigues, de 1 ano e oito meses. “Já são quase dois anos que esqueci de mim, sempre ficando em segundo plano. Hoje percebo o quanto preciso estar bem para cuidar do meu filho”, afirma a moradora de Sobradinho, que recebe semanalmente a visita da equipe do programa.
No caso de Planaltina, as mães também tiveram acesso a serviços e orientações prestadas por profissionais do Serviço Social do Comércio (Sesc-DF) para toda a família, que tratam, por exemplo, do cuidado e da higiene com o corpo. Nos eventos, as mulheres também participam de palestras sobre temas relacionados a autocuidado, superação e prevenção de abusos.
“A rede de proteção social dessas duas regiões fica fortalecida com ações de mobilização com a comunidade, como essa promovida pelo Criança Feliz Brasiliense. E quem ganha é o cidadão, que passa a ter acesso às políticas públicas de forma integrada”, explica a assistente social da Sedes, Kariny Alves.
3,2 milNúmero de pessoas atendidas pelo Criança Feliz Brasiliense em 16 regiões administrativas
“Nós precisamos ter um cuidado conosco. Esse foi um momento pensado para vocês, foi um momento para que vocês tenham acesso a alguns serviços que, às vezes, temos dificuldade de acessar no dia a dia. Por isso, trouxemos esses parceiros”, reitera a servidora da Sedes, uma das responsáveis pela implementação do Criança Feliz Brasiliense, como subsecretária de Assistência Social na época da criação do programa no DF, há dois anos.
Criança Feliz Brasiliense
Todas as mães atendidas pelo Criança Feliz Brasiliense são referenciadas nos Cras, que são a porta de entrada para o acesso a serviços e benefícios sociais. São gestantes e mães com filhos de até 6 anos de famílias em situação de vulnerabilidade social. Por meio de uma parceria com uma organização da sociedade civil (OSC), o Criança Feliz Brasiliense atende a essas famílias. Os visitadores contratados pela OSC visitam semanalmente as crianças, fazem atividades que estimulam o desenvolvimento motor e da fala e orientam as mães sobre os cuidados com os filhos.
O Criança Feliz Brasiliense também tem uma ação intersetorial, já que os visitadores identificam as necessidades das famílias, orientam em relação ao acesso a direitos e repassam as informações para uma futura articulação com outros setores na região, como saúde e educação.
“A nossa secretária tem um filho pequeno de três anos e se sensibilizou sobre a necessidade de ter um cuidado especial com a primeira infância, que é a fase de formação do cidadão”, destaca a secretária-executiva do Comitê Gestor do Criança Feliz Brasiliense, Ana Caroliny Sousa.
Atualmente, o Criança Feliz Brasiliense atende mais de 3,2 mil pessoas em 16 regiões administrativas.