Hospitais da rede pública do Distrito Federal receberam nesta terça-feira (21) um lote de 3.870 comprimidos de Baricitinibe, o primeiro medicamento aprovado para tratamento da covid-19 no Sistema Único de Saúde. Adquirido pelo Ministério da Saúde, o remédio será utilizado no tratamento de pacientes adultos em estado intermediário da doença, quando está consciente, sem complicações adicionais, mas já necessita de suporte oxigênio, com o uso de máscara ou catéter nasal.
“O objetivo é otimizar a recuperação do paciente, reduzir o tempo de internação e diminuir a necessidade de leitos de UTI”, explica o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi. O lote foi encaminhado para os hospitais regionais da Asa Norte, Guará, Taguatinga, Samambaia, Ceilândia, Brazlândia, Gama, Planaltina, Sobradinho e Paranoá (HRL). Não haverá distribuição em farmácias, como tratamento preventivo ou para casos leves.
A médica infectologista Lívia Vanessa Ribeiro, coordenadora da Câmara Técnica de covid-19 da Secretaria de Saúde, explica que o Baricitinibe atua para evitar uma piora nos quadros inflamatórios. “Nos pacientes com necessidade de oxigênio suplementar, seja por cateter ou máscara, o medicamento pode atuar reduzindo a atividade inflamatória, reduzindo também a necessidade para ventilação mecânica ou evolução para óbito”, detalha. O tratamento envolve um comprimido por dia ao longo de duas semanas ou até a alta médica.
O medicamento já era usado no Sistema Único de Saúde para tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica e no início de abril foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para uso no tratamento da covid-19. O Baricitinibe se soma a outros remédios já utilizados na rede pública do DF no combate à doença, como corticoides e anticoagulantes.
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, destaca que mantém diálogo com o Ministério para o envio de novos lotes do medicamento para o Distrito Federal. “Trabalhamos em todas as frentes no enfrentamento da covid-19, do reforço da campanha de vacinação ao tratamento dos pacientes internados”. A gestora convoca ainda a população para reforço do ciclo vacinal. “A gente precisa quebrar a cadeia do vírus e isso só será possível com a adesão de todo o público vacinável”, destaca.