Os 21 anos da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), instituição de ensino localizada em Brasília, foram comemorados em sessão especial do Senado nesta segunda-feira (19). O evento foi marcado por homenagens a Jofran Frejat (1937-2020), secretário de Saúde responsável pela criação da ESCS, e pela afirmação do compromisso da escola com a saúde pública.
Vinculada à Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a ESCS foi criada em 2001 com o objetivo de formar profissionais com perfil mais adequado às necessidades da população e em acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A escola oferta os cursos de graduação em enfermagem e medicina, ambos com 80 vagas anuais, e programas de pós-graduação latu sensu em residência médica e em outras áreas da saúde, abrigando atualmente mais de 1,5 mil estudantes. Também são oferecidos mestrado profissional em ciências para a saúde e em saúde da família, mestrado acadêmico em ciências da saúde e doutorado institucional em ciências da saúde.
Autor do requerimento de homenagem (RQS 430/2022), o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) abriu a sessão especial mencionando o legado de Frejat e o esforço pela criação de uma faculdade com uma proposta pedagógica diferenciada.
— Era algo completamente novo à época, desafiador para os docentes e discentes. A sociedade brasiliense acompanhava com reservas esse método novo que transferia para o aluno um papel mais ativo em sua educação — observou.
João Pedro França, presidente do Centro Acadêmico de Medicina da ESCS, enalteceu a “visão holística” que o curso proporciona pelo contato com os problemas da população.
— Nesse contexto, o compromisso em proteger essa metodologia, independentemente de transições administrativas, é essencial — definiu.
A excelência acadêmica da ESCS e o êxito profissional dos ex-alunos foram destacados no discurso de Levy Aniceto Santana, gerente de cursos de mestrado e de doutorado na instituição. Ele disse esperar o apoio do legislativo e do governo do Distrito Federal para a ESCS seguir com sua trajetória de sucesso. Para o professor Ubirajara Picanço Júnior, é preciso valorizar o trabalho que a ESCS tem desenvolvido apesar de todas as carências de infraestrutura e reveses políticos. Ele fez um apelo a alunos e profissionais:
— Que tenham muito sucesso e que não deixem nossa escola perder sua importância e relevância, não só acadêmica, mas política e institucional.
Por sua vez, Gutemberg Fialho, presidente da Federação Nacional dos Médicos, criticou os planos do governo do Distrito Federal para expandir a gestão privada sobre as unidades de saúde e pediu empenho dos eleitores para apoiar políticos comprometidos com a coisa pública. Patrícia dos Santos Massanaro, que fez graduação e mestrado na ESCS, elogiou o foco da instituição no SUS, mas manifestou preocupação com o futuro de seu financiamento.
Marta David Rocha de Moura, diretora da ESCS, elogiou o papel da escola para o desenvolvimento da saúde do Distrito Federal por meio da formação de profissionais “críticos, reflexivos e engajados”, mas ressalvou que ainda há muito por fazer.
— Passamos pelo momento da pandemia, que mostrou a fragilidade de nosso sistema de saúde, mas a fortaleza e a grandeza de nossos servidores, docentes e técnicos mantêm a escola forte, plural e inclusive todos os dias — declarou.
Também discursaram Carmelia Matos Santiago Reis, coordenadora de pós-graduação stricto sensu; Rinaldo de Souza Neves, gerente de avaliação do curso de enfermagem; Márcia Cardoso coordenadora do curso de medicina; e Guilherme e Graziela Frejat, filho e filha de Jofran Frejat.