Por Adriana Izel
Os profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Candangolândia encarnaram por um dia os personagens da franquia brasileira Detetives do Prédio Azul para transmitir aos alunos da Escola Classe 2 (EC 2) da Candangolândia os conhecimentos sobre a dengue, doença que cresceu na região administrativa. Em 2021, a cidade registrou 36 casos suspeitos e, neste ano, o número subiu para 253, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde.
O espetáculo teatral foi apresentado na última sexta-feira (4), nos períodos matutino e vespertino, para 450 alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. A peça é uma das ações do Programa Saúde na Escola, parceria das secretarias de Saúde e Educação que atende 305 escolas com promoção de temas de saúde pública.
“O posto de saúde é um parceiro da escola com relação às demandas que temos e, na Candangolândia, acontece muito problema de dengue. Tanto que é um tema recorrente e transversal dentro dos conteúdos de sala de aula na escola”, afirma a supervisora pedagógica da EC 2 da Candangolândia, Janaina de Almeida Borba.
Forma lúdica
Após apresentar um espetáculo com temática sobre a covid-19, neste ano o grupo da Unidade Básica de Saúde 1 (UBS 1) trouxe de volta o combate à dengue, tema obrigatório no programa. “É uma diretriz que temos que seguir. Todo semestre, temos que trabalhar um calendário com datas comemorativas e temas específicos, como a dengue com o começo das chuvas”, explica o agente de saúde da UBS 1 Manoel Moraes.
A proliferação do mosquito Aedes aegypti é o tema central da peça DPA em Cuidado com a dengue. A vilã da história, a síndica Dona Leocádia, fez uma parceria com os pernilongos para deixar todos os moradores do Prédio Azul doentes. Mas o plano é descoberto pelos detetives Mila, Capim e Tom, que enfrentam a ameaça.
Paralelamente ao assunto principal, o espetáculo ganhou temas secundários a pedido da própria escola. “Teve uma solicitação da escola para que a gente abordasse a violência dentro da sala de aula – porque, com o retorno dos alunos depois da pandemia, surgiu a questão da agressividade -, a falta de educação e até o conceito de não aceitar balinha de desconhecidos”, acrescenta.
A pequena Letícia Lopes Lemes Ferreira, 7 anos, era uma das espectadoras mais animadas da turma, interagindo o tempo todo. “Achei muito legal. Gostei da parte em que os detetives fizeram um feitiço com itens do bem”, revela. Sobre as lições da peça, ela diz: “Aprendi que não se pode deixar sujeira no chão e também água abandonada nas vasilhas”.
Novas apresentações
Depois da apresentação dupla na EC 2 da Candangolândia, a peça terá novas encenações em mais duas escolas da região administrativa. Na segunda quinzena de dezembro, a equipe da UBS estará no Centro de Educação Infantil (Ceic) e, em janeiro, o espetáculo será apresentado na Escola Classe 1 (EC 1).
Mas o Programa Saúde na Escola não se resume apenas a espetáculos teatrais. Há diversas outras programações, como palestras e bate-papos. As peças são os formatos preferenciais para os estudantes mais jovens, enquanto os bate-papos são usados para os alunos mais velhos.
É o caso do público do ensino médio. No CEM JK, o programa atua discutindo políticas de saúde, combate ao tabagismo e violência em palestras, conversas e apresentação de filmes para discussão, além de contar com uma sala de aula específica. “Lá o programa se desenvolve de uma outra forma também. Eles têm uma sala na escola que recebe, uma ou duas vezes por semana, a terapeuta ocupacional e a assistente social e, às vezes, a nutricionista. Sempre que precisam, somos chamados”, explica Moraes.
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