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22 nov 2024 12:22


Mulheres são maioria da força de trabalho do GDF

Elas ocupam 51,97% dos cargos públicos, destacando-se entre os concursados e nos cargos de confiança, como chefia de assessoria, assessoramento e funções gratificadas

Adriana Izel e Ian Ferraz

As mulheres são maioria da força de trabalho do Governo do Distrito Federal (GDF): representam 51,97% dos servidores e empregados públicos de um total de 95.753 em atividade. A participação feminina se destaca entre os cargos comissionados e as funções gratificadas – em que elas ocupam 51,5% dos cargos – e também entre os concursados.

Educação: dos 30,1 mil servidores da área, 21,2 mil são mulheres | Foto: Arquivo Agência Brasília

9.362mulheres exercem cargos de confiança no serviço público

“A representatividade feminina na ocupação de cargos de confiança tem sido resultado de conquistas de espaços”, afirma a secretária-executiva de Gestão Administrativa da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração (Seplad), Ana Paula Cardoso da Silva. Tal índice é uma consequência do maior “reconhecimento profissional, a motivação e conscientização das lideranças femininas, a capacitação, o envolvimento, a habilidade no desenvolvimento de atribuições, ou seja, o empoderamento feminino”, avalia.

Das funções entendidas como de confiança, as mulheres exercem 9.362, de um total de 18.175. Dentro desse universo, elas estão mais presentes em cargos de assessoramento (54%) e chefia de assessoria (51%) – que representam juntos 4.075. Especificamente na área de educação, as mulheres efetivas com função de gratificação são 2.089, uma representação de 67% do total.

Campeãs de concursos

Outra característica no funcionalismo público é o aumento do número de mulheres aprovadas nos certames. “O concurso tem sido uma das portas de ingresso das mulheres no serviço público, o que revela maior dedicação nos estudos”, classifica Ana Paula.

“O governo quer e vai avançar mais para dar à servidora mais incentivo e apoio à dupla jornada que muitas têm”Ney Ferraz, secretário de Planejamento, Orçamento e Administração

“A estabilidade proporcionada pelo concurso público é, sem dúvida, grande atrativo”, pontua a gestora. “No tocante ao público feminino, aliada à estabilidade, a flexibilidade de carga horária também indica um atrativo, porque possibilita conciliação com os interesses pessoais.”

Segundo o secretário de Planejamento, Ney Ferraz, hoje o GDF cumpre legislações já regulamentadas, como a concessão de redução da jornada de trabalho para a amamentação e também horário especial para acompanhamento de filhos com doenças raras e em tratamento de saúde. “O governo quer e vai avançar mais para dar à servidora mais incentivo e apoio a dupla jornada que muitas têm”, assegura.

A Saúde conta com 24,3 mil servidoras | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde

Educação e Saúde

Entre as secretarias com mais servidores, as pastas de Educação e Saúde têm mais mulheres nos quadros. Dos 30,1 mil servidores da Educação, 21,2 mil são mulheres, o que corresponde a 70,16%. Deste valor, 18,8 mil são concursadas. As mulheres também são a principal potência na Saúde: dos 34,2 mil servidores, elas representam 24,3 mil, ou seja, 71,11%.

À frente da pasta com mais mulheres, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, também tem o perfil semelhante ao de grande parte das servidoras do GDF. Ela é servidora de carreira, proveniente do concurso público. Antes de assumir o posto mais alto da pasta, atuou nos três níveis de atenção à saúde.

“É um grande desafio estar ocupando essa pasta, uma vez que eu sou a segunda médica mulher servidora no cargo”, conta. “É uma honra poder estar cuidando [da Saúde] neste momento depois de 30 anos de carreira como médica.”

Outra servidora de carreira, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, também vê com orgulho a presença feminina na área: “Eu acho que represento 70% dessas mulheres que estão na Secretaria de Educação hoje. A gente fica muito feliz. Sendo mulher, entendo o preconceito que envolve e o machismo ainda muito sólido que existe e que precisa ser desconstruído. Mas a gente trabalha isso na sala de aula, para que o estudante de hoje seja um cidadão no futuro com olhar diferenciado para a mulher”.

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