O leite materno é um alimento completo para o bebê, pois contém tudo que é necessário para o seu desenvolvimento, além de possuir anticorpos contra infecções. Os prematuros, com defesas bastante frágeis, necessitam ainda mais desses nutrientes. O Dia Mundial de Doação de Leite Humano, celebrado em 19 de maio, reforça essa proteção e promoção do aleitamento materno, a fim de sensibilizar a sociedade para a importância da doação.
Matheus Araújo é um exemplo de como o leite materno pode salvar vidas. Ele nasceu com apenas 875 gramas e 29 semanas de gestação. Durante os dois meses que passou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), por ser muito pequeno, não conseguia mamar e a mãe dele não podia segurá-lo. Hoje, aos 22 anos, Matheus tem orgulho da sua história e incentiva outras pessoas a doarem. “Sobrevivi por conta do leite que recebi e ganhei imunidade graças a ele”, garante.
“O pouco que uma mãe consegue doar já faz diferença”Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno
A mãe de Matheus, Therezinha de Araújo, fala emocionada do período em que o filho esteve internado. “O leite materno é de extrema importância para os prematuros no desenvolvimento. E essas mães doam com tanto carinho. Fico emotiva ao falar sobre isso. Agradeço muito todos os dias, pois a solidariedade de alguém salvou a vida do meu filho.”
Therezinha lembra com carinho como o banco de leite a apoiou. “Quando saímos da UTI, eu estava assustada com a fragilidade do meu filho, mas todos os dias a médica e as enfermeiras ligavam para saber como estávamos. Eu amo essa equipe e, por isso, hoje apoio o banco como posso. Se não fosse por eles, meu filho não estaria aqui”, declara.
Depois que Matheus ganhou peso e começou a mamar, Therezinha também entrou para a rede de solidariedade e passou a doar leite. “Eu queria fazer o mesmo que fizeram por mim, por isso doei por um ano e sete meses”, revela.
Banco de leite precisa de doações
Segundo a coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e do Banco de Leite Humano do DF, Miriam Santos, as doações recebidas nos últimos meses não foram suficientes para alcançar a meta mensal. “O pouco que uma mãe consegue doar já faz diferença”, avalia.
Cada pote de 300 ml pode alimentar até dez recém-nascidos internados nas UTIs neonatais. Mensalmente, cerca de 300 crianças internadas nos hospitais do DF recebem o alimento. Isso equivale a uma demanda média de dois mil litros de leite pasteurizado por mês.
Quer doar?
As mães que desejarem doar devem ligar para o número 160 (opção 4) ou se cadastrar no site do Amamenta Brasília. Em seguida, são passadas orientações de como coletar e armazenar o leite em casa, sem necessidade de deslocamento aos hospitais. Por último, uma equipe dos bombeiros vai à residência da doadora deixar o kit e, posteriormente, buscar os vidros cheios.
O processo de coleta do leite é simples. A mulher deve identificar a data da primeira coleta no pote e armazená-lo no congelador. Não é preciso se preocupar em encher o pote de uma vez. Basta colocar o líquido no frasco que está no congelador com a ajuda de um copo de vidro esterilizado. A doação deve ser entregue ao banco de leite em até 15 dias.