Capital Expo Coffe reúne apreciadores e fomenta mercado do café no DF

Com entrada gratuita, evento recebeu investimento de cerca de R$ 99,8 mil do GDF. Programação segue até domingo (1º)



Por Catarina Loiola

Com toques doces, amargos ou florais, o café é um elemento indispensável no cotidiano da maioria dos brasileiros e dá origem a uma série de produtos, como bebidas alcoólicas e doces. Desde esta sexta-feira (30), o universo cafeeiro é tema de debates e palestras na 3ª edição do Capital Expo Coffee, no Jardim Urbano, Piso 3, do Conjunto Nacional. A programação segue até domingo (1º) e é aberta ao público. O evento recebe investimento de cerca de R$ 99,8 mil do Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Turismo (Setur-DF).

Em 2023, mais de 1,7 mil toneladas de grãos de café foram produzidos no Distrito Federal, em 400 hectares de terra distribuídos nas propriedades de 92 agricultores registrados | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Mais de 20 marcas nacionais e locais estão expondo os produtos. São cafés especiais, chás artesanais, pães, doces, vinhos, soluções agrícolas e mais. “Fizemos uma curadoria para trazer novidades do mercado nacional e valorizar os produtores e trabalhadores de Brasília. São cafés cultivados em fazendas daqui – a Fazenda Minelis, no Lago Oeste, e a Fazenda Granutto, em Planaltina -, entre outros itens feitos com muito conhecimento e tecnologia”, comentou a organizadora do evento, Jéssica Lima.

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Para a vice-governadora, Celina Leão, “o apoio do GDF para a realização da 3ª Expo Coffee significa investir em um mercado que gera emprego e renda para a população, que também poderá conhecer de perto a produção com DNA brasiliense.” Segundo ela, “o Distrito Federal tem se destacado cada vez mais na produção de café e tudo o que envolve esse universo, fomentando uma importante cadeia produtiva que vai do agro ao turismo.”

Em 2023, mais de 1,7 mil toneladas de grãos de café foram produzidos no Distrito Federal, em 400 hectares de terra distribuídos nas propriedades de 92 agricultores registrados. A produção significou um valor bruto de mais de R$ 14,5 milhões.

A programação segue até domingo (1º) e é aberta ao público

Segundo o secretário de Turismo, Cristiano Araújo, os aromas e sabores do café brasiliense são difundidos para mercados internacionais por meio de apresentações da pasta em feiras e congressos. “Os produtos da nossa capital estão cada vez mais ganhando reconhecimento ao redor do mundo. Os cafés, que têm uma qualidade excepcional, os vinhos, os queijos, os doces e as cachaças são levados pela Setur para outras regiões, mostrando o potencial do Quadradinho”, afirmou.

Imersão no mundo cafeeiro

No primeiro dia de imersão, os visitantes puderam participar de uma oficina de drinks com café e conheceram a relação da criação de abelhas com a produção de cafés. No sábado (31), haverá mais atividades para crianças, shows ao vivo e palestras sobre gastronomia e arquitetura envolvendo o grão. No domingo (31), o evento terá oficinas sobre drinks e métodos de preparo do café.

Em uma das apresentações desta sexta, o produtor rural Bruno Uchoa contou como a polinização das abelhas pode contribuir com a produtividade das lavouras de café e de outras culturas, além de ser benéfico para a qualidade e aspecto dos grãos. Segundo o especialista, a polinização das abelhas gera aumento de até 30% na produtividade das plantações de café, enquanto com a soja, o ganho costuma ser de 4%. Com o girassol e o abacate, o aumento é de até 300% e 800%, respectivamente.

Produtora rural Silvia Helena Guimarães: “Basta dar ao cerrado o que ele precisa que ele te devolve em dobro, é uma terra super fértil. E na minha fazendo nós convivemos com os animais, sempre prezando pela sustentabilidade”

“Quando se fala em abelhas, a maioria das pessoas lembra do mel e das ferroadas, pouco se fala a respeito do trabalho de polinização que elas exercem. As abelhas estão entre os polinizadores mais eficientes da natureza, tanto pela morfologia do corpo delas, que é projetado para isso, quanto pelo fato de viverem em sociedade”, esclarece. “Temos feito a associação das lavouras de café com a criação de abelhas, trazendo uma polinização mais eficiente. O impacto é uma produção maior em quantidade de grãos em qualidade, de sabor e de tamanho. Além disso, o néctar que as abelhas colhem na florada do café produz um mel de características bastante marcantes, muito apreciado. É uma atividade que beneficia tanto o lavoureiro quanto o apicultor.”

A família de Uchoa lançou a marca Terra Boa Abelhas, que desenvolve abelhas de espécies com e sem ferrão no Núcleo Rural Lago Oeste. A produção começou em 2016. “Nós consumimos muito mel e tínhamos a preocupação de que fosse mel de verdade, não um xarope de água com açúcar, como é vendido por aí. Estamos atentos à qualidade do que vendemos. O mel do café tem um sabor marcante, que não é o mesmo da bebida, mas é extremamente saboroso”, define.

Sabores únicos

Da plantação à moagem do grão que abastece a casa de milhares de consumidores, a Granutto Cafés é reconhecida como uma das melhores marcas do Distrito Federal. O grão desenvolvido pela empresa em Planaltina é 100% arábica e foi considerado especial por não possuir nenhum tipo de impureza, tendo recebido nota 86 pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês).

Bancário André Duarte, 38 anos: “Gosto de todos os tipos de café, mas claro que os especiais são mais gostosos. Sempre é bom tomar um cafezinho diferente”

As cápsulas de café, o grão torrado e outros derivados, como a cachaça da marca, foram expostos no Capital Expo Coffee. A produtora rural Silvia Helena Guimarães revela que a produção começou ainda no século XIX. “Quando herdei a fazenda, nós trouxemos tecnologia de Israel e fizemos uma fazenda de sol, alimentada por luz solar. Temos 100 mil pés de café com gotejamento, que é um sucesso. Basta dar ao cerrado o que ele precisa que ele te devolve em dobro, é uma terra super fértil. E na minha fazendo nós convivemos com os animais, sempre prezando pela sustentabilidade”, observou.

Os grãos são comercializados em pó com três torras – média, intensa e extraforte – e é distribuído em grãos com intensidades média e intensa. “Trabalhamos do pé ao pó, garantindo que a qualidade do grão seja mantida até o final. Começamos com a polinização com abelhas, não secamos os grãos no chão, mas em camas suspensas, ou seja, sem contato com a terra, e separamos grão por grão conforme o tamanho e peso de cada um. Assim, eles são torrados igualmente, sem que sejam carbonizados. Por fim, a moagem, que é feita do jeito que a pessoa preferir”, acrescenta a produtora.

Um dos apreciadores da Granutto Cafés é o bancário André Duarte, 38 anos, que aproveitou o evento para levar um pacote de grãos para casa. “Eu amo café. Tomo de manhã, de tarde e à noite, só não tomo de madrugada porque estou dormindo”, brinca. “Não conhecia a marca, mas acho que vou gostar. Gosto de todos os tipos de café, mas claro que os especiais são mais gostosos. Sempre é bom tomar um cafezinho diferente.”

Programação da 3º Capital Expo Coffe

‌Sábado (31)
13h – Programação infantil com Tio André
14h – Palestra 3 – Nayane Barreto (MasterChef)
15h – Palestra 4 – Café Solare
16h – Palestra 5 – Arquitetura e café
17h – Oficina 2 – Cozinhando com a chef Nana Barreto
18h – Programação musical
20h – Final da Copa V60

Domingo (1º)
14h – Oficina 3 – Métodos de preparo (Barista Atitude)
15h – Programação infantil com Tio André
16h – Oficina 4 – Barista em Casa (Solare Cafés)
18h – Programação musical

 



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FONTEAgência Brasília
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