A fórmula da terceirização: inoperância e incompetência



Por Carlos Fernando

Antes de falar sobre terceirização, é importante contextualizar e dizer a você, leitor, quem ganha com o sucateamento da Saúde. Porque é assim, como um efeito dominó, que chegamos até o plano do GDF de terceirizar a distribuição de medicamentos na rede pública. É assim que funciona: existe uma intenção real de sucatear os serviços públicos, colocá-los em crise e, depois disso, entrar com a “solução” chamada terceirização. Como já falamos antes, essa é uma estratégia recorrente desta gestão. Só que não podemos deixar isso acontecer.

Não falta dinheiro para investir na Saúde. Na verdade, segundo levantamento do Ministério Público, o GDF deixou de usar R$ 361 milhões na área. Sim. O dinheiro estava lá, os pacientes estavam nas filas, os médicos e demais servidores estavam precisando de material para trabalhar e, mesmo assim, nada foi feito. Porque não há vontade de fazer.

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Para eles, do lado de lá, se piorar, melhora. Porque aí, sem qualquer constrangimento, eles nos dizem que, para melhorar, tem que terceirizar. É uma espécie de atestado de incompetência aliado à sensação de esperteza. Porque a terceirização favorece a corrupção.

Em geral, o que acontece nos processos de terceirização, como já falamos inúmeras vezes no que diz respeito, por exemplo, ao Instituto Hospital de Base (IHBDF), é que os resultados são bem positivos, tão e somente, para as empresas: que assinam contratos fartos com o Estado. Não há, portanto, preocupação em, de fato, melhorar o que está ruim. A “casa arrumada” foi, deliberadamente, bagunçada. E Rollemberg sabe disso. O que, talvez, ele ainda não saiba, é que nós sabemos como funciona a estratégia que, agora, ele pretende estender para a distribuição de medicamentos.

Hoje, 100 servidores fazem o recebimento, armazenamento, distribuição e transporte desses produtos. Você não leu errado: são apenas 100. Para todo o Distrito Federal. Contratar novos servidores? Valorizar o serviço público? Investir em um plano sério para melhorar a logística? Não. Nada disso é solução. Para o GDF, que, aliás, já cogitou a terceirização desse serviço no início do governo, é preciso contratar uma empresa de fora para fazer isso. Nesta gestão que não sabe/não quer gerir, para aperfeiçoar, é preciso terceirizar. É uma verdadeira confissão de inoperância e incompetência.

Carlos Fernando, presidente em exercício do SindMédico-DF



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