Essa indústria movimenta bilhões de dólares anualmente. O Brasil em 2009, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), teve uma receita de R$ 24,9 bilhões. No mesmo ano, pesquisa do Ibope apontou o País como o segundo no ranking mundial das cirurgias plásticas, perdendo apenas para os Estados Unidos. São mais de 1,7 mil procedimentos realizados por dia.São investimentos elevados que ainda podem causar danos à saúde. Alguns consumidores que tentam alcançar esse padrão, muitas vezes inatingível, pagam um preço muito alto.
Fatores como reações alérgicas, rejeições, erros médicos, automedicação, abusos de exercícios físicos e má alimentação, vitimam inúmeras pessoas todo ano, causando danos permanentes à saúde, sequelas físicas e em alguns casos até a morte.
Outro fator importante são os traumas que podem ser adquiridos por alguns consumidores. Transtorno obsessivo compulsivo e outros distúrbios emocionais aumentam as estatísticas das vítimas dessa prática. Situação muito comum em pessoas que vivem a eterna briga contra a balança, combatendo o ‘efeito sanfona’ ou ainda nas que desenvolvem o quadro de anorexia, que atinge cerca de 20% dos adolescentes.
A frustração das pessoas gera um ciclo vicioso que alimenta o mercado. Nessa busca frenética pela perfeição, as pessoas nunca estão satisfeitas. Há sempre algo a ser melhorado, modelado, evidenciado ou ocultado. E essa rotina que hoje atinge tanto as mulheres quanto os homens, mantem um crescimento médio anual de 10 a 15% desse mercado e faz com que o espelho reflita principalmente o sorriso dessa indústria.