O ex-vice-governador do DF, hoje é chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
Acha que a presidente Dilma Rousseff vai olhar com bons olhos os pedidos de socorro financeiro feitos pelo governador Rodrigo Rollemberg?
Não é questão de olhar com bons olhos. Jamais a presidente, por motivos políticos, terá um gesto de desatenção com Brasília. Mas acho que, às vezes, o governador Rodrigo Rollemberg não fica atento aos fatos, à realidade. Por exemplo, no dia em que esteve com a presidente, fez, de manhã, o lançamento de um programa de R$ 5 bilhões em obras. À tarde, foi à presidente pedir R$ 2 bilhões para pagar a folha de pagamentos. Não é justo transferir essa responsabilidade para o governo federal…
O governador o procurou para buscar ajuda, depois da sua nomeação para trabalhar, ao lado do vice-presidente da República, Michel Temer, na articulação política da presidência da República?
Do ponto de vista pessoal, não tenho absolutamente nada contra o governador Rollemberg. Depois da eleição, ele fez uma grande gentileza ao me fazer uma visita em casa, ainda na fase de transição. Foi muito produtiva a conversa. Neste momento da minha nomeação, houve também um contato muito gentil da parte dele, correspondido de forma cuidadosa por mim. Mas parece que o governo não assimila o que se fala. Nesse encontro, nós falamos muito sobre transporte público. Acho ainda que ele poderia fazer o grande gol e a transformação do governo dele. Ele pegou uma licitação que foi um grande desafio, mas critica e combate essa ação.
Incomoda ter participado de um governo apontado pela atual gestão como uma administração que praticamente faliu as contas públicas?
De forma nenhuma. E não faliu. Não é verdade. Eu faço as contas. Ora, vamos chegar aos números. Ele apurou R$ 3,2 bilhões de rombo, mas é preciso tirar desse valor, por exemplo, a pedalada. Desde que existe o Fundo Constitucional, todos os governadores pagaram a folha de pagamento de dezembro com o primeiro duodécimo do ano seguinte. Isso é a pedalada. E ele vai ter que fazer.
E essa prática é aprovada pelo Tribunal de Contas do DF?
Sim. E Rollemberg vai ter que pedalar. Além disso, graças a ações do nosso governo, nos primeiros meses deste ano, houve aumento da arrecadação. Daria para pagar as dívidas.
Vai faltar dinheiro para pagar salários no fim do ano?
Vejo com preocupação o fechamento das contas. Mas as últimas paralisações não podem mais ser atribuídas ao governo Agnelo. São reflexos do atual governo. Sinto que não estão sendo tomadas providências para uma gestão cuidadosa da parte financeira.
O fato de o senhor ser oposição e possível candidato ao GDF pode impedi-lo de ajudar este governo?
Rodrigo me perguntou de que forma poderia ajudar Brasília. Disse que estou sempre disposto a isso, sem participar de forma nenhuma do governo do DF. O que Brasília precisar, o PMDB estará atento.