Advogados não acreditam que servidores do GDF tenham que devolver reajustes concedidos por Agnelo



Ação Direta de Inconstitucionalidade do Ministério Público do DF em relação aos reajustes concedidos por Agnelo Queiroz causa pânico entre servidores e cria impasse Jurídico.

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) movida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está tirando o sono de cerca de 100 mil servidores do GDF. A afirmação do deputado distrital, Chico Vigilante (PT), em relação à possibilidade dos trabalhadores terem que devolver os reajustes recebidos entre 2013 e 2014, gerou reação imediata e também muitas dúvidas.

Porque o pedido de inconstitucionalidade?

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Como argumento o MPDFT justificou que os reajustes concedidos na gestão de Agnelo feriram a Lei Orgânica do DF, por estarem em desacordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e ainda porque o GDF previu apenas 15% do montante necessário para arcar com as parcelas dos reajustes, na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015. Isso deve impactar na gestão do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), uma vez que recebeu o DF com um rombo de R$ 3,5 bilhões.

Impasse Jurídico

O MPDFT pede a extinção da eficácia de 33 leis, sancionadas pelo ex-governador, Agnelo Queiroz (PT). Com isso, caso o desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Humberto Adjuto Ulhôa, relator da ADIN, julgue procedente o pedido, extinguir a eficácia das leis, implica em revoga-las. Consequentemente os reajustes e os vencimentos recebidos pelos servidores deveriam ser cassados e voltariam ao patamar anterior 33 Leis.  Mas nesse o magistrado fica com o impasse Jurídico de apenas cancelar as parcelas dos reajustes ainda pendentes.

Nesse contexto se houver sentença favorável ao MPDFT, o servidor público do DF ou perde as parcelas de reajustes ainda pendentes ou em um cenário crítico, supostamente teria perderia todo o reajuste e teria que devolver o que já recebeu.

Devolução retroativa de reajustes?

Política Distrital conversou com alguns advogados trabalhistas. Todos concordam que a sentença pode cancelar o reajuste, mas julgam pouco provável que haja condenação dos servidores quanto a devolução de valores já recebidos.

 

A advogada trabalhista, doutora, Tânia Martins, observa que não teve acesso aos autos da ADIN, mas pontua alguns motivos para os servidores do GDF não ficarem preocupados: “Há uma Lei, sancionada que legitima o recebimento do reajuste; A inconstitucionalidade foi pleiteada posterior ao recebimento do reajuste, portanto, até o trânsito em julgado, ou a concessão de decisão judicial em sede liminar, a referida Lei detém vigência e eficácia; os valores recebidos detém natureza alimentar; e, os valores dos reajustes foram recebidos pelos servidores, de boa fé sob a tutela de uma legislação especifica.”, observa Martins.

 

Categorias que podem ser atingidas com a ADIN

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Entidades Sindicais reagem

A Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF) e as entidades sindicais se organizam para lidar com a ADIN do MPDFT e demandas por parte da gestão do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB). Um exemplo disso foi a criação do Núcleo do Movimeno Sindical em Defesa do Servidor Público criado em 25 de Fevereiro por representantes dos Sindicatos dos Médicos do DF (SindMédico), Odontologistas (SODF), Enfermeiros (SEDF), Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF), Servidores Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do DF (Sindireta) e dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), para apoiar a paralisação do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF).

No próximo dia 11 de Março essas entidades devem reunir milhares de servidores do GDF em paralisação para pressionar o governo a manter os reajustes negociados na gestão de Agnelo.

 

 



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