Agentes comunitários aproximam população do atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde, o SUS

Nos últimos quatro anos, mais de 1,3 milhão de pessoas foram cadastradas pelas Equipes de Saúde da Família para serem acompanhadas perto de casa

Agentes comunitárias de saúde fazem cadastros e identificam situações de risco de saúde e direcionam os usuários do SUS para o atendimento


Todos os dias às 9 horas, as agentes comunitárias de saúde Maria Concilene Julião e Evanilda Correia da Silva percorrem as ruas da área Sul de Samambaia para cadastrar e fazer o acompanhamento de moradores da região administrativa. É nessa conversa do dia a dia que as agentes identificam situações de risco de saúde e direcionam os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento.

Elas tem a tarefa de aproximar a comunidade dos serviços oferecidos pelas unidades básicas de saúde (UBS) de referência. A iniciativa faz parte do programa Estratégia Saúde da Família da Pasta. Desde 2019, devido à visitação, o número de cadastros de pessoas na atenção primária aqui no DF pulou de 400 mil para 1,7 milhão.

“A gente anda aqui e é parado o tempo todo porque as pessoas já nos conhecem, querem tirar dúvida, contar uma história, dar um retorno de um parente que foi hospitalizado e assim vai”, diz a agente Maria Concilene. Em pouco minutos, a fala dela é confirmada. A vendedora de marmitas Estela dos Santos Pereira, 61 anos, viu as agentes na rua em que mora e saiu de casa já com a caderneta de vacinação do neto na mão. Ele queria saber se estava tudo em dia com a imunização do menino. “Eu ia lá no postinho, mas encontrei as meninas e aproveitei”, admite.

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“São os meus anjos da guarda. O postinho é a melhor coisa que aconteceu aqui”, diz a vendedora de roupas Claudimira Antunes, 62 anos. Além de ser hipertensa, com acompanhamento médico semestral na UBS, ela tem uma leve dificuldade auditiva. No dia em que a Agência Saúde acompanhou a rotina das agentes comunitárias, dona Claudimira foi informada sobre a data do agendamento com otorrino. “Eles ligam, quando não atendo vem aqui e assim não perco os dias da consulta com o médico”, elogia.

A agente Evanilda explica que quando não é marcação com especialista, que tem que ser entregue em mãos, deixam o aviso na caixa da correspondência ou passam por debaixo da porta. “Fazemos de tudo para que a pessoa não perca a consulta”. Esses agendamentos são feitos pelo Sistema de Regulação, o Sisreg III, que é empregado pela rede pública de saúde do DF para organização da fila de solicitações de exames, consultas, procedimentos e cirurgias eletivas.

Na porta de casa

A zeladora Juliana de Oliveira Barreto, 40 anos, mudou-se recentemente para Samambaia e precisou fazer o cadastro na base de dados da estratégia da família. “O fato de ter esse acompanhamento dá vontade de cadastrar. Vai ser bom para mim e minha família”, afirma. A equipe da Unidade Básica de Saúde 9 de Samambaia tem 3.742 pessoas cadastradas que são acompanhadas mensalmente.

O trabalho dos agentes comunitários é só uma ponta da Estratégia de Saúde da Família, equipes formadas por médico, enfermeiro de família, técnicos de enfermagem e os agentes comunitários de saúde. Eles oferecem a primeira assistência ao cidadão, no nível da atenção primária. Os agentes vão de porta em porta, mas há casos em que enfermeiros também fazem essa atividade quando o paciente precisa de apoios específicos, como troca de curativos.

Cobertura

“Esse modelo que chega na casa das pessoas, na vida cotidiana delas, consegue acompanhar mais, entender as competências culturais, a orientação daquela família e assim promover a saúde no sentido de dar qualidade de vida”, destaca o coordenador de Atenção Primária à Saúde, Fernando Erick Damasceno Moreira.

Ele explica que a iniciativa acompanha as pessoas ao longo da vida, entendendo as demandas prevalentes e as dimensões do problema. “A estratégia da saúde da família é a porta de entrada do SUS e esse contato deve começar antes mesmo do nascimento de cada indivíduo, com um bom pré-natal, um acompanhamento do desenvolvimento e do crescimento das crianças, para resolver as questões das doenças crônicas não transmissíveis”, detalha o médico Damasceno.

A cobertura leva em consideração o número absoluto da população e a cadastrada no SUS. Há 598 equipes credenciadas pelo Ministério da Saúde e cerca de 7 mil trabalhadores e todas as 176 unidades básicas de saúde do DF contam com essas equipes. Hoje, elas conseguem cobrir aproximadamente 55,5% da população que necessita do atendimento do SUS. O coordenador ressalta que a meta é cadastrar toda a população do DF.



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FONTEAgência Saúde-DF
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