Sem normalizar o movimento de doadores, o estoque de O positivo sofreu forte queda no começo de agosto e chegou a níveis extremamente críticos na última semana. Apesar da suspensão das cirurgias eletivas pela Secretaria de Saúde, a demanda dos hospitais não diminuiu.
“A transfusão sanguínea é parte do tratamento de pessoas com câncer, anemias graves e problemas de coagulação. Esse procedimento também pode ser necessário em pacientes com outras doenças, como a Covid-19”, ressalta o diretor executivo da Fundação Hemocentro de Brasília, Alexandre Nonino.
Estoque
O estoque estratégico do Hemocentro de Brasília abastece todos os hospitais públicos do Distrito Federal e algumas unidades conveniadas, como o Hospital das Forças Armadas (HFA), o Hospital Universitário de Brasília (HUB), o Hospital Sarah Kubitschek e o Instituto de Cardiologia (ICDF). O monitoramento das reservas é feito diariamente.
Com base em uma avaliação da situação dos estoques, demanda dos hospitais e fluxo de doadores, são acionadas estratégias para manter o equilíbrio no fornecimento, como contato telefônico com doadores, convocação de multiplicadores para organizar grupos de doadores, campanhas em redes sociais e veículos de comunicação, assim como reforço nas recomendações de uso racional do sangue e até restrições no abastecimento, em casos críticos.
A época de seca já é historicamente um período de menor movimento nos hemocentros do Centro-Oeste. No entanto, a pandemia pode estar influenciando o quadro. “A seca geralmente diminui um pouco o movimento de doadores, mas temos visto que o aumento no número de casos de Covid-19 pode influenciar também, já que pessoas que tiveram a doença ou que tiveram contato com alguém infectado ficam impedidas temporariamente de doar”, pontua o diretor executivo.
Critérios para doação
Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar mais de 51 kg e estar em bom estado de saúde. Quem fez algum procedimento estético, passou por cirurgia ou algum tipo de endoscopia, ficou doente ou fez uso de medicamentos recentemente deve consultar o site do Hemocentro, pois pode estar impedido de doar.
O candidato à doação deve vir bem alimentado (evitar alimentos gordurosos e derivados do leite pelo menos 3 horas antes da doação), não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes da doação e beber bastante água 24 horas antes de doar. É obrigatório apresentar documento de identificação oficial com foto, em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade.
Vale destacar que pessoas com sintomas gripais (febre, tosse, irritação ou dor de garganta) devem aguardar 14 dias após o desaparecimento completo desses sinais para se candidatar à doação de sangue. Esse prazo também se aplica a quem teve contato com pessoa com suspeita ou diagnóstico de Covid-19, e deve ser contado a partir do último contato. Quem teve Covid-19 deve aguardar 30 dias após o desaparecimento completo dos sintomas para doar sangue.
O Hemocentro não alterou o horário atendimento durante a pandemia – permanece aberto de segunda a sábado, das 7h às 18h. Lembrando que, como medida de segurança, a doação de sangue deve ser agendada por um dos telefones: 160, opção 2 (atendimento telefônico de segunda a sexta, das 7h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h), ou (61) 3327-4447 ou (61) 3327-4413 (atendimento telefônico de segunda a sábado, exceto feriados, das 7h às 18h).
Doação em grupo
Para manter a distância de segurança enquanto as pessoas permanecerem dentro dos veículos que transportam grupos ou nas salas de espera da fundação, os grupos de doadores podem ter no máximo 10 pessoas. O Hemocentro disponibiliza transporte gratuito para fazer o trajeto de ida e volta entre a fundação e qualquer ponto do Distrito Federal. O agendamento de grupos é feito somente pelos telefones (61) 3327-4447 ou (61) 3327-4413, ou pelo Whatsapp (61) 99136-2495.