Agressões e insegurança rondam servidores da Saúde nos CAPs do DF



Por Kleber Karpov

Uma porta e a lanterna de um carro quebrados. Esse foi o saldo de ameaças e tentativa de agressão, por parte de um paciente, a uma médica psiquiatra, na segunda-feira (14/Ago), no Centro de Atendimento Psicossocial III (CAPS) de Samambaia. De acordo com um servidor que conversou, sob sigilo da identidade, com Política Distrital (PD), as agressões aconteceram, sem intervenção do segurança o que contribuiu para a médica pedir remoção para outra unidade de saúde.

“Na Segunda feira dia 14/08 no CAPs III uma medica psiquiatra, passou a ser ameaçada e perseguida dentro da unidade por um paciente, a médica precisou se esconder na copa e graças a um psicólogo que estava na unidade ajudou-lhe a ficar escondida. Não sendo o bastante o vigilante que se encontrava na unidade na vez, já que segundo ele, eles estão ali pelo patrimônio público, o paciente desferiu um soco na parede de um dos consultórios fazendo um buraco, e mesmo assim o vigilante continuou inerte, após não encontrar a medica o paciente foi até ao estacionamento e desferiu soco no carro da médica, causando danos na lanterna traseira e no parachoque dianteiro.” relatou.

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De acordo com a fonte de PD, o paciente que estava internado desde 12 de agosto, com histórico de agressão à própria mãe, após o episódio chegou a ser encaminhado pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (SAMU) à UPA Samambaia para posterior encaminhamento ao Hospital São Vicente de Paula (HSVP). Porém, segundo relato, mãe e filho acabaram por evadir da UPA.

Evasão

Segundo a fonte, em decorrência das agressões e da omissão do segurança, na terça-feira (15/Ago), ainda visivelmente abalada, a psiquiatra pediu remoção para outra unidade. “Os servidores da Caps Transtorno estão sujeitos a sofrerem agressões de toda sorte, seja do paciente que chega em crise, o que esta lá aguardando consulta e entra em crise, acompanhantes que tratam com rispidez, porque há um equivoco na forma de tratamento do caps.”.

Porém, sem o suporte necessário para desenvolver bem a atividade profissional, os servidores abandonam os CAPS e, consequentemente, desfalca a capacidade de promoção de assistência à saúde.

“Só essa semana criou-se um déficit de 80 horas semanais de assistente social, removidas por questão de saúde.”, disse a fonte, sem levar em consideração a desfalque recente da psiquiatra. 

A fonte ponderou ainda que o CAPS III opera com outras deficiências, a exemplo da falta de integração com o prontuário eletrônico, utilizado pelas unidades de saúde da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF).

Lembrando que o CAPS tem 08 leitos para acolhimento integral, o paciente fica seguindo a portaria até 7 dias consecutivos ou 10 dias intermitente em 30 dias depois desses prazo tem que ser encaminhado para leito de internação hospitalar, mas se nem o prontuário eletrônico TrakCare o CAPS tem, utilizamos prontuários físicos até hoje.”, explicou.

O medo ‘esmurra’ a porta

O receio dos profissionais de saúde, refletem o dia-a-dia do receio em que profissionais de enfermagem atuam durante a jornada de trabalho. Em especial, nos CAPS, em que o perfil dos pacientes, por natureza, eleva o grau de risco de se tornarem vítimas de violênica.

Vale recordar, o caso ocorrido em 21 de julho. Uma mulher, de 20 anos, tentou assassinar, com uma faca, uma técnica em Enfermagem, dentro de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Samambaia. Isso em um ambiente bem mais controlado.

Ajuda

Ao PD, os servidores da saúde mental deixaram como apelo, um pedido de ajuda, e que seja breve. “Os servidores da saude mental pedem ajuda, e que essa seja breve.
O cancer mata, o infarto mata, o avc mata. Mas um paciente psiquiatra em surto além agredir com palavras e fisicamente, eles matam e podem se matar”.



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