A população de Ceilândia, Brazlândia, Sol Nascente/Pôr do Sol têm um novo serviço de saúde à disposição: o ambulatório de feridas complexas no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Desde a inauguração, em setembro deste ano, já foram feitos 178 atendimentos. São úlceras que demandam maior cuidado que as feridas comuns e, na maioria das vezes, demoram para curar. Esse tipo de atendimento era prestado somente nas unidades básicas de saúde (UBSs) e, agora, as UBSs da Região Oeste encaminham os pacientes para a unidade que oferece tratamento especializado.
São atendidos portadores de úlceras venosas crônicas, úlceras crônicas de outras doenças, com exceção do diabetes, portadores de úlceras infectadas, amputações em fase de tratamento e adaptação, realização de ITB (índice tornozelo-braquial para rastreamento de doença arterial periférica). Os dois enfermeiros e o técnico de enfermagem que atuam no novo ambulatório contam com suporte das clínicas cirúrgica e ortopédica quando necessário.
“São curativos que demandam muito tempo para serem realizados, um quantitativo grande de materiais e insumos, atenção especializada, biópsias, cultura e antibiograma de tecidos e secreções, prescrição de antibióticos específicos”, relata o enfermeiro João Narcizo de Souza Junior.
“Muitos têm frequência elevada de confecção e avaliação o que também, inviabiliza, seu acompanhamento nas UBSs”, esclarece o profissional. A estimativa é realizar de quatro a cinco procedimentos por período.
Como é feito o atendimento
Quando o paciente encaminhado pela UBS chega ao ambulatório de feridas crônicas ele passa por uma avaliação dos profissionais por meio de uma entrevista ao doente e avaliação da ferida. Depois dessa avaliação, o profissional faz, se necessário, uma coleta de biópsia, prescrição de antibióticos e orientações, além do cuidado das feridas propriamente dito.
“Pacientes com muitas lesões tomam até três horas de atendimento. Atualmente temos alguns destes com até sete feridas para serem tratadas, como lesões em glúteos, fêmures, joelhos, panturrilhas, calcâneos, pés”, revela Junior. Os pacientes com feridas que não estão infectadas tem o curativo feito mais rápido. A maioria dos casos leva meses para serem solucionados.