Após alardes e anúncio de ex-superministro para atuar na Suprema Corte, SindSaúde-DF volta a perder prazo em ação da GAPS

Ação Direta de Inconstitucionalidade do MPDFT correu transitada em julgado pelo TJDFT diante de silêncio sepulcral do SindSaúde-DF



Por Kleber Karpov

Nos últimos meses, a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Brasília (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, fez alarde na grande mídia ao anunciar a contratação do ex-ministro da Justiça, o advogado, José Eduardo Cardozo. A contratação do renomeado constitucionalista, intermediada pelo Conselho Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS), tinha por objetivo a atuação na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da carreira de Gestão e Assistência Pública à Saúde do Distrito Federal (GAPS), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), referente ao processo nº 0733487-45.2023.8.07.0000, julgado no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT).

No entanto, o caso chamou atenção dos sindicalizados e de representantes da categoria GAPS pois, estranhamente, o SindSaúde-DF voltou a perder prazos na ação da ADI. Dessa vez, o sindicato perdeu o prazo para, até 14 de junho, para se manifestar nos autos e consequentemente, permitiu que se transitasse em julgado, o que ocorreu em 28 de junho.

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Reprodução: TJDFT

Interessante lembrar que na primeira ocasião, do suposto esquecimento, ou omissão, a direção do SindSaúde-DF foi aceito na condição de ‘amicus curiae‘ (amigos da corte) na ADI proposta pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Porém, após induzir o desembargador a erro, ao se colocar na condição de único representante legal dos profissionais de saúde da carreira GAPS, o sindicato deixou de se manifestar sobre pedido liminar do MPDFT na referida ação.

E Cardozo?

Além do absurdo de perder o prazo, um olhar mais atento no polo ativo da ação chama atenção para a ausência de Cardozo, o ex-superministro da Justiça que atuou no processo do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), na referida ação. Importante lembrar que o SindSaúde-DF foi categórico quanto a contratação do constitucionalista, intermediada pela CNTS, para atuar na ação da carreira GAPS junto ao STF.

Reprodução TJDFT

Notícia essa que PDNews acabou por receber questionamentos por parte dos sindicalizados incrédulos com as sucessões de golpes do SindSaúde-DF, quanto a capacidade de arcar com os custos do honorável advogado.

De onde o SindSaúde-DF tirou dinheiro para contratar advogado constitucionalista renomado para atuar em ação no STF?

Estranhamente

Não menos estranho que perder prazos, por duas ocasiões na mesma ação da carreira GAPS foi, conforme reportagem publicada por PDNews, intitulada ‘Na semana do servidor público, SindSaúde volta a atacar trabalhadores que defendem os GAPS’ (31/Out),  o SindSaúde-DF ter ajuizado ação TRT10, 0001172-46.2023.5.10.0008, junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10a Região (24/Out/2023), para tentar impedir que a Associação dos Servidores Públicos da Secretaria de Estado de Saúde do DF (ASPSES-DF) pudesse atuar na defesa dos profissionais da carreira de Gestão e Assistência Pública à  Saúde do  Distrito Federal (GAPS) em um Grupo de Trabalho (GT), criado pela Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF).

Iniciativa essa que vergonhosamente o próprio magistrado do TRT10, resgatou posicionamento anterior da presidente do SindSaúde-DF, ao se posicionar, enfaticamente, sobre a importância do GT em prol da categoria GAPS. Algo que Marli Rodrigues havia classificado de  “mais um passo importante […] Com o término dos trabalhos do GT se torna, ainda mais, sólido o caminho para a realização do concurso público para a carreira de GAPS”. Com isso, o SindSaúde-DF acabou por desistir da ação contra a ASPSES-DF.

Representatividade

Fato é que com os ‘indícios’ desse ‘amor bandido’ do outro lado do balcão, se algum profissional de saúde da carreira GAPS, em algum momento teve dúvidas sobre quem de fato defende a categoria. Essa recente ‘novidade’, do processo transitado em julgado, sem manifestação do SindSaúde-DF, definitivamente demonstra que esse sindicato, é o único ligado à Saúde, que não se importa.

Talvez, não por coincidência, cientes da importância da atuação do Movimento Unificado pela ASPSES-DF, o Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos e Auxiliares em Radiologia do  Distrito Federal (SINTTAR/DF) e o Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Auxiliares em  Saúde Bucal do DF (SINTTASB-DF) conseguiram reunir cerca de 1.000 servidores da carreira GAPS. no auditório da Câmara Legislativa do  DF (CLDF), para tratar da reestruturação de carreira da categoria.

Mesmo com esquema criminoso de tentativa de sabotagem de assembleia, carreira da GAPS reúne cerca de 1.000 servidores

 

 



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