Após comemorar ‘WO’, por antecipação, presidente do SindSaúde ‘aceita’ acordo e terá concorrente



Após ação do diretor do SindSaúde, Elias Lopes que barrou tentativa de WO de presidente da Entidade, com medo de derrota, em audiência de conciliação, Marli Rodrigues ‘aceita’ sugestão de acordo. Eleições devem ocorrer nos dias 28, 29 e 30 de março   

Após questionar manobras na Justiça, por parte da presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde do DF (SINDSAÚDE-DF), Marli Rodrigues, em dezembro, o servidor da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) e diretor do Sindicato, Elias Lopes, garantiu,  na tarde de segunda-feira (24/jan), a possibilidade de concorrer a nova gestão da entidade.

Em dezembro, Lopes entrou com ação na 5a Vara do Trabalho o juiz da 10a Região do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), para questionar manobras de Marli Rodrigues e a mudança do estatuto às vésperas do período eleitoral do SINDSAÚDE-DF.

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Durante a audiência de conciliação, ao ser questionado sobre possibilidade de acordo, pelo juiz do Trabalho, Alcir Kenupp Cunha, o representante do SINDSAÚDE aceitou um acordo. Com isso, Cunha lavrou a conciliação entre as partes. Entre as definições acordadas, ficou definido a validação do Estatuto, alterado em 25 de outubro de 2016 e dos atos realizados até 13 de dezembro daquele ano; A retomada do processo eleitoral, em que se definiu que a votação deve ter duração de três dias, nos dias 28 à 30 de março.

Outra definição acordada, derrubou, para essas eleições, a principal reclamação de Lopes, o impedimento de pessoas que tiveram cargos de gestão nos últimos dois anos, de participarem do processo eletivo para a nova gestão do SINDSAÚDE-DF.

Juiz decidiu?

Em tentativa de manipular a categoria, o SINDSAÚDE em postagem publicada no website da entidade, sugere que o juiz ‘decidiu’ em favor da entidade. Sobre a suposta decisão, o blog conversou com um advogado, que pede para não ser identificado. O profissional foi categórica à contrapor ‘o peixe vendido’ pela direção do Sindicato.

“Não se trata de decisão do juiz, como se tenta fazer crer o Sindicato, nesse caso o que houve foi uma audiência de conciliação, foi feito um acordo e o magistrado, além de moderar e sugerir alternativas, apenas homologou o acordo firmado entre as partes.”.

Representante do governo

Uma das estratégias de ação de Marli Rodrigues é tentar vincular a imagem de Elias Lopes à  do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB). Isso por ter participado da gestão da SES-DF, para atuar no Conselho de Saúde do DF (CSDF), participação essa em que o sindicalista observa que foi nomeado para defender interesses do próprio Sindicato.

“Com o esvaziamento, equivocado, da mesa de negociação do SUS, onde eu participava para defender os interesses do próprio SINDSAÚDE-DF, ainda na gestão do Agnelo. Na gestão de Rollemberg, eu fui nomeado na SES-DF, mas para compor e atuar no Conselho de Saúde do DF, com o mesmo objetivo. Logo, esse discurso de representar os interesses do governador é pura falácia. A diferença é que naquela ocasião, eu já havia me afastado da gestão da senhora Marli Rodrigues, porque não fui conivente ao caminho que eles tomaram para conduzir o Sindicato.”, disse Elias Lopes.

O blog apurou também com o GDF um possível acordo com Elias Lopes. Por meio de um telefonema a chefe da Assessoria de Comunicação informou que “o governo não participa ou toma partido de processos eletivos sindicais.”.

Caminho?

O caminho a que se referiu foi a denúncia que veio a público em 2013, de um suposto esquema de corrupção entro da Entidade, protagonizado por Marli Rodrigues. Na época, Lopes foi um dos principais responsáveis por dar publicidade ao desvio de cerca de R$ 2 milhões, do SINDSAÚDE-DF, para contas de parentes e funcionários de confiança da Sindicalista, além de levar uma multa de R$ 7 milhões do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Contrassenso

Política Distrital questionou a direção do SINDSAÚDE-DF o contrassenso do discurso de Marli Rodrigues ao utilizar termos a exemplo de “dar o golpe” ou  “tentar ganhar no tapetão.”. Afinal, ao entrar na Justiça, Elias Lopes criticou justamente tentativas dessa natureza, inclusive comemorado em dois churrasco, por antecipação, na ocasião em que o diretor do Sindicato não conseguiu montar a chapa dado a manobra articulada pela Sindicalista. O sindicato, no entanto, não se manifestou sobre tal questionamento.

O Blog questionou ainda o motivo de o SINDSAÚDE ter proposto acordo. O Sindicato  recorreu ao Termo da Audiência, para tentar justificar que não fez proposta. “A resposta para a inquirição do blogueiro esta(Sic) inserida no termo de audiência, onde NAO(Sic) consta que o SINDSAUDE(Sic) fez qualquer proposta.  Ao contrário, todas as argumentações defendidas pelo Sindsaude(Sic)”.

No entanto em apuração do Blog, foi possível obter informações, por exemplo, que uma das propostas do SindSaúde, foi que as eleições deveriam ocorrer, “em 15 dias”. No entanto, acordo com a fonte de Política Distrital, o advogado do autor pediu 90 e o juiz sugeriu 60, sugestão aceita por ambas as partes.

Nesse contexto, Elias Lopes explicou ao Política Distrital que as “manobras” prejudicaram qualquer possibilidade de fazer uma campanha. “Pedimos esse prazo, porque queremos levar à categoria nossa plataforma de propostas, mas com 60 dias, embora seja apertado, nos permitirá cumprir esse papel de levar nossas propostas à categoria.”.

Entenda o caso

No final de julho de 2015, a revistas Isto É e Metrópoles vazaram áudios de reuniões gravadas por Marli Rodrigues envolvendo o vice-goverandor do DF, Renato Santana, o ex-ouvidor da vice-governadoria, Valdeci Medeiros, o ex-secretário de Saúde do DF, Fábio Gondim e outros personagens ligados ao Executivo.

No entanto, em um dos áudios, Marli Rodrigues barganhou a representação sindical e leilou a categoria, que representa votos, ao recorrer ao  vice-governador para promover a transferência do técnico em radiologia, Antônio de Aristeu Torres Vianna, da regional do Cruzeiro. Isso porque com a transferência de Aristeu, Elias Lopes, ficaria impedido de montar uma chapa para concorrer com a Sindicalista.

Com o vazamento dos áudios, a sindicalista buscou outro meio, há poucos dias do processo eletivo no Sindicato, Marli Rodrigues, chamou assembleia em que mudou a quantidade de pessoas necessárias para compor uma chapa, além de criar um ‘dispositivo’ que impedisse que servidores da Saúde que tivessem participado da gestão pudessem participar da gestão do Sindicato.

Confira o acordo homologado:



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