Após confrontos de Bolsonaro, ministro da Saúde recebe apoio popular, institucional e político



Manifestações ocorrem após Bolsonaro externar, em entrevista à rádio, estar em crise com Mandetta

Por Kleber Karpov

Nas últimas semanas, o país assiste atônito, investidas por parte do presidente Jair Bolsonaro, contra o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O pivô da nova crise são as sucessivas investidas de Bolsonaro, contra o isolamento durante a pandemia do coronavírus (Covid-19) no país. Nas redes sociais e em entrevista recente a rádio Jovem Pan, o mandatário do Executivo, confronta orientações de Mandetta, sugere a demissão do gestor do MS, além de insistir na amenização da contenção de transmissão da Covid-19 à população, em detrimento da economia.

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Tais ações repercutiram negativamente, e resultaram, não só na perda de popularidade de Bolsonaro, constatado por pesquisa Datafolha (3/Abr), publicada pela jornal Folha de São Paulo que mediu avaliação do desempenho do presidente, de governadores e do Ministério da Saúde na condução da crise do coronavírus. Os resultados apontam que o mandatário do país conta com apenas 33% de aprovação, e reprovação de 39%, por parte da população brasileira em relação a pandemia. O desempenho do MS, por sua vez, contou com mais que o dobre do apoio, com 76% de aprovação dos brasileiros.

Mas também em reações populares, nas redes sociais, de entidades ligadas a saúde e, principalmente, do meio político, em apoio ao ministro, após vir a público a intenção do presidente o exonerar Mandetta, da pasta do MS, em meio a crise do coronavírus. Isso porque, para o mandatário do país, falta “humildade” ao gestor da Saúde, em relação a ceder a interesses, não muito claros, do presidente da república.

Em meio a nova crise criada por Bolsonaro contra Mandetta, o ministro deixou claro que só deixa o ministério se for exonerado. Enquanto isso, o gestor do MS tenta gerir o desafio de lidar com a pandemia do coronavírus. Isso, em meio ao eminente colapso do sistema de saúde brasileiro, já anunciado pelo ministro no início de março, a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e, principalmente, de insumos.

O resultado das investidas, resultaram em mais isolamento político Bolsonaro e no amplo apoio à Mandetta. Esse é o caso do Congresso Nacional, em que os presidentes do Senado e da Câmara Federal, os democratas, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia (Democratas), se negaram a se reunir com o presidente, além de receberem e manifestarem total apoio ao ministro da saúde, no combate a pandemia do coronavírus.

A deputada federal, Carmen Emília Bonfá Zanotto (Cidadania-SC), egressa da enfermagem e Coordenadora da Frente Parlamentar Mista da Saúde (FPMS), também fez questão de deixar claro que o Mandetta “tem todo o apoio da Frente Parlamentar”.

No Distrito Federal, o deputado distrital, Jorge Vianna (Podemos), que preside a Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do DF (CLDF), também egresso da enfermagem, utilizou as redes sociais, para manifestar apoio ao ministro da saúde.

Entidades a exemplo das federações Nacional dos Médicos (Fenam), Médica Brasileira (FMB) e a Brasileira das Academias de Medicina (FBAM) também se manifestaram em defesa das ações conduzidas pelo MS, bem como o reconhecimento público pela postura à frente do ministério.

“É importante salientar ainda o empenho do Ministério da Saúde com a proteção dos profissionais que estão na ponta do atendimento à população. A pressa é fundamental em pensar em soluções para que não faltem EPIs, respiradores e leitos de UTI, que são fundamentais para que não aumente o número de vítimas do novo coronavírus. É preciso manter essa postura. É preciso agir com coragem e estratégia, pois o foco da saúde é dar atendimento às pessoas com segurança. Ao ministro Mandetta, nosso reconhecimento público de que, até aqui, sua prudência e coragem de assumir a gravidade da pandemia têm, muito provavelmente, evitado mais mortes do que tivemos até aqui.”.



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