Após episódio de prefeito de Farroupilha (RS) com ministro Paulo Pimenta moradora coloca em xeque calamidade no município

Moradora gravou vídeo por diversas localidades do município de Farroupilha para questionar eventual estado de calamidade pública no município, um dos poucos não afetados pelas cheias de rios no Rio Grande do Sul



Por Kleber Karpov

Um dia após o prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL/RS), confrontar o ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/Pr), deputado, Paulo Pimenta (PT), uma moradora do município publicou vídeo que viralizou nas redes sociais por, colocar em xeque eventual estado de calamidade pública, que se levou criar que a população local poderia estar exposta.

Feltrin, aparentemente, além de tentar endossar discursos provenientes de fake news disseminadas nas redes sociais, de eventual inércia por parte do governo federal, em relação ao socorro às vítimas da tragédia que atingiu a população gaucha. Também desdenhou a disponibilidade de recebimento de R$ 300 mil, para demandas emergenciais, dentro de uma janela de 72 horas, conforme explicou Paulo Pimenta, por reivindicar necessidade urgente de execução de demandas de R$ 10 milhões.

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O caso no entanto chamou atenção após a moradora demonstrar com vídeos de diversos pontos da cidade que Farroupilha, em definitivo, está longe de estar em estado de calamidade pública.

“Vida normal, todo mundo trabalhando, quem não trabalha vem no mercado, vai na loja, vai passear. Infelizmente nosso estado está passando por tudo isso. Não gostaria de estar gravando um vídeo para comprovar que estamos passando bem e tantas pessoas que está passando por tudo isso.”, disse a moradora ao mostrar as localidades do município “nada foi destruída, não tivemos alagamentos, aqui é o posto de gasolina, alí a Farmácia São Lucas.” continuou a mostrar a normalidade do dia-a-dia da população local.

Recursos financeiros

Conforme ponderou Paulo Pimenta, em relação a acesso a recursos do governo federal, estados e municípios devem formular pedido ao governo federal com apresentação de um plano de ação para atuar nas demandas de suporte à população e reconstrução das cidades.

E, embora o governo federal tenha flexibiliza do acesso recursos emergenciais para socorrer os municípios gauchos, conforme revelou o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse neste sábado (11/Mai), apenas 69 das, então, 441 cidades em estado de calamidade, acionaram o governo federal. Localidades essas, segundo Góes, devidamente atendidas e já com recursos liberados pela União.

“Temos 441 municípios em situação de calamidade. Logicamente que, até que seja feito o refinamento dessa classificação, nós imaginávamos que pelo menos 300 solicitassem algum tipo de recurso, mas apenas 69 solicitaram. Aprovamos sumariamente e já liberamos recursos.”

Waldez Góes
ministro da Integração e
Desenvolvimento Regional

Estado de calamidade

No momento, 447, o equivale a 90% dos municípios do Rio Grande do Sul, de um total dos 497. Um total 147 mortos, 127 desaparecidos e 806 feridos, além de 80.826 pessoas estão em abrigos e outras 538.241, desabrigadas, porém, socorridas em casas de parentes ou amigos. Todos esses, diretamente afetados com enchentes decorrente das cheias de rios, em especial dos rios Guaíba, Taquari e Caí. Dados esses provenientes do boletim da Defesa Civil, desta segunda-feira (13/Mai).

Situação essa que permanece preocupante em decorrência da previsão metereológica de mais chuvas, que pode elevar o Guaíba, dos atuais 4,8 para 5,5 metros acima do nível normal, de acordo com projeções da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Outro fator preocupante é que o Rio Grande do Sul registrou tremores de terra, com epicentro em Caxias do Sul. Em gramado houve o desmoronamento em uma rua do municipio e os moradores tiveram que deixar as casas.

Rua desmoronou em Gramado após chuvas — Foto: RBS TV/Reprodução

Combate a Fake News

Enquanto iniciativas dos governos federal e estadual tentam garantir socorro à população do Rio Grande do Sul, em outra frente, a equipe e o próprio Paulo Pimenta atual para desmentir notícias falsas de diversas naturezas que acabam, na avaliação dos governos, por prejudicarem a arrecadação de donativos, recursos financeiros, além de missões de resgate e salvamento dos gauchos.

Por esse prisma, iniciativas do governo e da Justiça, estão a atuar intensamente para tentar coibir a prática e disseminação de fake news, em especial com o uso de redes sociais, infelizmente, com adesão e participação de políticos da extrema direita e de influenciadores digitais.

No Sexta-feira (11/Mai), a juíza do plantão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Fernanda Ajnhorn, determinou que a empresa Meta Plataforms, empresa gestora da rede social, Facebook, para que exclua, em 24 horas, as publicações com conteúdo de desinformação que questionam a atuação do estado em ações de socorro às vítimas da tragédia climática que atinge os municípios gaúchos. A ordem atende a uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Na mesma decisão, a magistrada determinou que autor das notícias falsas “não poderá reiterar as afirmações, sob pena de aplicação de multa no valor de R$ 100 mil”.

Em outra  iniciativa o governo federal passou a publicar vídeos das ações realizadas pela União das diversas frentes de atuação em socorro ao povo gaucho.



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