Decisão contraria posição da ADASA, presidida pelo compadre do governador, que previu reavaliação após período das chuvas de outubro. Populismo ou jogada ensaiada?
Por Kleber Karpov
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou, nesta quinta-feira (3/Abr), o fim do rodízio no fornecimento de água no DF para 15 de junho. A medida ocorre após a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA) anunciar que racionamento poderia ocorrer apenas após as chuvas de outubro.
Ávido por recuperar a popularidade, Rollemberg tenta tirar proveito das críticas em relação ao anúncio de reajuste em 2,99%, na tarifa de água e esgoto da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), para 1o de junho.
Em matéria publicada por Política Distrital (PD), a ADASA chegou a anunciar que, embora ocorre o reajuste das taxas, o racionamento deveria permanecer. Um dos parâmetros, para a permanência era a necessidade de aguardar as chuvas de outubro, também, posterior ao período de seca no DF. Embora os volumes de água nas barragens do Descoberto e de Santa Maria já superassem os 90% e 50% respectivamente.
Justificativa
Mas, para justificar o fim do racionamento, Rollemberg justificou que houve uma redução de 12% a 13% no consumo de água pela população do DF, o que ele considerou o “grande legado” no rodízio de fornecimento. O chefe do Executivo enfatizou, ainda, que as captações no Ribeirão Bananal e no Lago Paranoá incrementaram o sistema em 1,4 mil litros por segundo.
Populismo?
Na quarta-feira (2/Abr), o agora populista Rollemberg, anunciou uma tentativa de intervenção para tentar suspender o reajuste das tarifas da Caesb. Isso porque, do montante, 2,06%, relativo ao Reajuste Tarifário Extraordinário (RTE), será para custeio de ‘prejuízos’ da Companhia.
O reajuste das tarifas da CAESB, presidida pelo primo de Rollemberg, Maurício Luduvice foi autorizado pelo conselho da ADASA. A Agência de regulação, por sua vez é presidida pelo compadre de Rollemberg, Paulo Sérgio Bretas de Almeida Sales.
Ou jogada ensaiada?
Sob sigilo de identidade, um político da cidade brincou com a questão. “Depois vai fazer demagogia para o povo sofrido do DF, dizendo que vai para justiça contra o aumento que o primo ocupante do seu cargo de confiança de presidente da Caesb, solicitou e o compadre que ele tirou da secretaria de Ciência e tecnologia e indiciou para presidente da ADASA autorizou. Eu não entendo mais nada.”, disse.