Após recomendações internacionais de se evitar ‘favelas’ do DF, Rollemberg aponta pesquisa de satisfação de turistas



Especialistas apontam que pesquisas não afastam risco de trânsito de turistas, seja nas cidades periféricas ou na própria Capital Federal

Por Kleber Karpov

Na última semana, recomendações dos governos americano e francês que turistas evitem transitar no que classificaram como ‘favelas’, regiões administrativas com alto índice de violência no DF. Para tentar contrapor à falta de segurança, a Secretaria Adjunta de Turismo, da Secretaria de Estado do Esporte, Turismo e Lazer divulgou pesquisa em que 95% dos visitantes querem voltar ao Distrito Federal, e cerca de 60% já estiveram na cidade em outra ocasião.

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De acordo com os dados do Observatório do Turismo, de pesquisas realizadas pela Secretaria, em 2016 e 2017 e identifica o fluxo e o perfil dos turistas que visitam o DF, os atrativos mais visitados pelos turistas, são concentrados na Capital Federal. Catedral, Torre de TV, Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional estão entre os principais destinos.

Ainda de acordo com a Secretaria, eventos como o carnaval, as Olimpiadas, estão entre os principais fatores, entre 2016 e 2017, da recepção de turistas no DF. Esses vindos, em grande maioria, de São Paulo, de Minas Gerais, de Goiás e do Paraná. Dos estrangeiros, a maioria veio da França, dos Estados Unidos, do México, da Argentina e da Colômbia.

O GDF conta ainda com o o 8º Fórum Mundial da Água, evento programado de 18 a 23 de março, que deve reunir mais de cem países com expectativa de público de aproximadamente 40 mil pessoas. O fórum envolverá governo, sociedade civil, empresas e instituições científicas nos debates sobre oferta e preservação de recursos hídricos.

Cautela sim, mas em todo DF

Embora as pesquisas do GDF apontem um alto nível de satisfação de turistas internos e estrangeiros, em visitas à Capital Federal, recomendações recentes de governos do Estados Unidos da América (EUA) e da França, sugerem cautela e que se evite passeios em regiões administrativas do DF.

“Não viaje para as áreas de favela, onde as polícias local e militar não operam, mesmo numa visita guiada. Nem as empresas de turismo nem a polícia podem garantir sua segurança ao entrar em favelas, como ocasionalmente, confrontos entre facções e com a polícia podem ultrapassar os confins das favelas”, recomendou os EUA.

Entre o que foi mencionado como “favelas” ou “satélites” pelas autoridades norte-americanas e francesas estão regiões administrativas: Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá, estão entre as consideradas perigosas para trânsito de turistas. O governo francês recomenda ainda, prudência em relação a Brazlândia, Ceilândia, Sobradinho, Planaltina e Taguatinga.

Para o GDF, tais recomendações foram exageradas, por considerar que nessas cidades  “vivem cerca de 600 mil habitantes, que trabalham, estudam e convivem em situação de absoluta normalidade. Como em qualquer cidade no mundo ocorrem crimes, mas tudo dentro da normalidade”.

Porém, especialistas em segurança pública afirmam que a falta de segurança vai além da periferia da Capital Federal, conforme recomendações dos Estados Unidos e da França em relação a passeios pelas periferias de Brasília. Política Distrital (PD) conversou com o delegado  da Polícia Civil do DF (PCDF), Miguel Lucena sobre o assunto.

“Existe uma defasagem de policiais, tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil e o que garante a segurança da população é a presença da polícia na ruas, o que a gente não vê.  O Plano Piloto é um dos lugares mais perigos do DF. EM determinados horários é impossível de se circular por lá, em razão do perigo. É o caso do Jardim Burle Marx  [situado na região central de Brasília, entre a Torre de TV e a rodoviária do Plano Piloto] que é uma obra inacabada, e que se tornou um local para usuários de drogas e de prostituição.  Então, não são apenas aquelas áreas referidas pelos governos americanos e francês, mas todas o DF, em razão da ausência de policiamento ostensivo e do fechamento das delegacias. As pessoas não têm a quem recorrer. Estão desprotegidas e desamparadas.”, explicou.

Recentemente, Lucena publicou um vídeo nas redes sociais onde abordou os problemas na Segurança Pública do DF que contribuem para o aumento do índice de violência no DF e a classificação de regiões administrativas como áreas de risco, por comunidades internacionais.

No domingo (14/Jan), Metrópoles publicou matéria intitulada ‘O crack invadiu o que era para ser o Jardim Burle Marx‘. A reportagem reforça a posição de Lucena quanto à insegurança na Capital Federal e aborda o descaso do governo com o espaço paisagístico com previsão de inauguração, antes da Copa do Mundo de 2014. 

Com informações de Agência Brasília e Metrópoles



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