Atendimentos ambulatoriais de fonoaudiologia crescem 35%

Percentual, que se destaca durante a campanha ‘Amigos da Voz’, é reflexo do acréscimo de horas oferecidas e de maior mobilização quanto à importância do tratamento vocal



A Secretaria de Saúde (SES) registrou aumento de 35% no número de procedimentos ambulatoriais de fonoaudiologia realizados em 2022 na rede pública do DF, na comparação com o ano anterior. De acordo com o InfoSaúde, apenas na policlínica da Asa Norte, referência na assistência à voz, os atendimentos aumentaram de 2.223, em 2021, para 2.946 no ano passado. Os dados são relativos a consultas, terapias individuais, avaliações vocais e atividades educativas.

Ganham destaque, neste mês, em função da 18ª edição da campanha Amigos da Voz, os cuidados com a reabilitação e a saúde vocal. Tendo como tema deste ano “Voz: conexão sem fronteiras”, a campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

“Essa elevação é resultado das mobilizações realizadas em rede quanto à importância do tratamento vocal e ao maior número de recursos para o atendimento da demanda”, explica a fonoaudióloga Ocânia da Costa Vale, referência técnica distrital (RTD) na especialidade.

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Outro fator que contribuiu diretamente para o avanço, aponta a especialista, foi o número de horas de serviço ofertadas. “Na policlínica da Asa Norte [no Hospital Regional da Asa Norte – Hran], até 2021, eram dez horas; em 2022, aumentamos para 20 horas semanais de assistência”, informa.

Atualmente, o trabalho dos fonoaudiólogos é oferecido nas policlínicas da Asa Norte e de Taguatinga e dentro dos respectivos hospitais regionais. Além disso, o Hospital de Base (HB) fornece apoio na assistência, sob a direção do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF).

Avaliação e encaminhamento

A maior parte dos pacientes atendidos no ambulatório de fonoaudiologia da policlínica da Asa Norte chega por indicação dos otorrinolaringologistas que, por meio de exames específicos, detectam a necessidade do apoio de fonoaudiólogos.

“O paciente apresenta a queixa vocal, e nós fazemos uma avaliação, ajustando sua voz e lhe proporcionando qualidade de vida”, relata Yonara Caetano, fonoaudióloga da unidade. O ambulatório recebe, principalmente, dois tipos de casos: pessoas que danificaram a voz por conta de sequelas pós-cirurgia ou por doença e aquelas que usam a voz como instrumento de trabalho.

É o caso do professor Elvis Cardoso. Ele procurou o ambulatório do Hran depois de sentir muita rouquidão e dores na garganta. “Comecei o acompanhamento para melhorar a voz e diminuir a dor”, conta. Depois da segunda consulta, ele já sentiu diferença: “A qualidade da minha voz já melhorou muito, principalmente depois dos exercícios que a fonoaudióloga me passou”.

As sequelas da covid-19 também são causas comuns entre os atendimentos. “A doença trouxe a característica de perda da massa muscular, por isso vemos muitos casos de fraqueza nos músculos, o que acaba por afetar a voz”, explica Yonara.

Cuidado necessário

A saúde da voz demanda atenção. Por isso, atentam os especialistas, é preciso estar atento a fatores de risco como cigarro, ingestão de bebida alcoólica e uso vocal em alta demanda (como falar frequentemente ao telefone, gritar e falar em forte intensidade), entre outros. A recomendação é que, ao sinal de alterações da voz e tosse constante por mais de 15 dias, a pessoa procure orientação profissional tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento.

Ocânia lembra que os instrumentos da assistência fonoaudiológica vêm sendo aprimorados. Em abril de 2022, foi lançada nota técnica que trata dos critérios do fluxo de encaminhamento de usuários para consulta do serviço.



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FONTEAgência Brasília
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