A notícia divulgada pelo governo do Distrito Federal de que retomou as obras do Aterro Sanitário Oeste, localizado entre Samambaia e Ceilândia que estavam paradas desde 2014, deve gerar muito debate sobre o tema. Com 76 hectares, a previsão é que o Aterro Sanitário Oeste esteja pronto em 2016, com vida útil estimada em 13 anos e com capacidade de receber 8,13 milhões de toneladas de rejeitos.
Especialista
Mas a notícia não é exatamente a esperada por especialistas em questão ambiental. Engajado nas questões sanitárias e ambientais, Bernardo Verano, mestre e professor em saúde ambiental pelo Icesp, destacou uma série de fatores, que vai desde a coleta até a destinação do lixo. “A primeira coisa a ser debatida é a criação de um PGIRS (Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos) no DF. (…) Com isso, poderíamos ter uma visão mais integrada do sistema e prever ações que dariam maior durabilidade aos aterros”, afirmou.
Segundo o professor, o plano aumentaria a vida útil dos aterros sanitários e poderia impulsionar a construção de usinas de reciclagem e compostagem dos resíduos. A integração da reciclagem e compostagem e a gestão integrada do lixo, para Verano, são alternativas inteligentes e se adequam à proposta da lei. Mas, o professor alerta.
“Somente a criação de um novo aterro sanitário não integra várias formas de tratamento que possam ser benéficas ao meio ambiente e sociedade. O tratamento do lixo no DF está diretamente vinculado às questões políticas da região. A Adasa (Agência Reguladora de Águas) e SLU deveriam ter mais autonomia de gerenciar e ter mais pessoas dedicadas às questões práticas sobre o tratamento de lixo e seu gerenciamento”, ressaltou, Verano.
Uma das etapas da Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos é a correta separação do lixo. Além da ação do poder público, o envolvimento da sociedade é fundamental para a correta distribuição do lixo. “Tudo começa com a população entendendo seu papel na hora de separar o lixo. Depois vem as ações do governo, cooperativas, instituições de ensino públicas e privadas e as próprias empresas”, reforçou, Verano, apostando na junção desses fatores para o cumprimento do Plano de Gestão.
Fonte: Fato Online