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31 out 2024 02:18


Ato Unificado: ‘Tamujuntos’ e misturados, mas nem tanto 

Entidades sindicais tomam rumos diferentes para cobrar valores devidos pelo GDF

Por Kleber Karpov

Os servidores público representados por sindicatos de 32 categorias de servidores da Saúde, Educação e administração direta, participaram, nesta quinta-feira (10/Nov), do Ato Unificado em Defesa dos Servidores Públicos do DF. Os trabalhadores cobram o pagamento da incorporação de gratificações de atividades, em atraso desde setembro de 2015, prometida pelo governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), para outubro desse ano.

Em ações individualizadas as entidades sindicais atuam por diversos mecanismos, desde o cruzamento dos braços, por meio de greves, às iniciativas mais peculiares, para se contrapor ao desgaste por parte do governo à imagem do funcionalismo público, em que se propõem a bater na porta dos moradores do DF.

O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF), maior entidade sindical da saúde do DF, mantém a greve e aguarda notificação oficial, após sentença do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), que decretou a ilegalidade do movimento paredista (4/Nov). A iniciativa foi acompanhada pelo Sindicato dos Técnicos e Auxiliares Em Radiologia do Distrito Federal (SINTTAR-DF), também na mesma situação do SINDATE-DF.

O Sindicato dos Médicos do DF (SINDMÉDICO-DF), continua a forçar a barra contra o governo por via Jurídica, onde cobra a incorporação da Gratificação de Atividade Médica (GAM). O dos Enfermeiros e odontólogos, até o momento, também adotam posturas reservadas e não aderiram ao movimento paredista.

Sem capilaridade para chamar uma greve, na opinião do GDF, o Sindicato dos Servidores em Estabelecimentos de Saúde do DF (SINDSAÚDE-DF), por sua vez resolveu ‘jogar mais duro’ e entrou com mais um pedido de impeachment de Rollemberg, por descumprimento de Leis. “Nós vamos pedir o impeachment porque ele não cumpriu a Lei. E pior. Mexeu nas nossa escalas e não está pagando. Ele abandonou a rede pública o que está gerando óbitos constantes. Ele perdeu a capacidade de gerenciar a cidade”, afirmou a presidente do SINDSAÚDE-DF, Marli Rodrigues, ao Jornal de Brasília.

A ação foi considerada, uma tentativa de criar um factoide político, por parte do secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, ao afirmar que o pedido: “um mero factoide político criado por uma sindicalista que tem encontrado dificuldade para mobilizar até a própria categoria”, em entrevista ao Metrópoles.

Governo comemora

Na avaliação do governo o movimento paredista teve baixa adesão. Isso porque as entidades sindicais sentiram o impacto do uso da máquina, por parte do governo, para ‘queimar’ a imagem do funcionalismo público. Se soma a isso a pressão constante do GDF, com ameaças de corte de ponto e até a edição de um ‘decreto da maldade’, revogado pela Câmara Legislativa do DF (CLDF), há alguns dias.

Mas quem ri por último…

Em razão disso, as entidades sindicais buscam apoio e redefinem estratégia de ação para poder ir para o enfrentamento. Esse é o caso do Sindicato dos Professores do DF (SINPRO-DF) que mandou confeccionar 10 mil faixas e pretende distribuir entre a população do DF.

A presidente do Sindicato, Rosilene Correia, falou durante o Ato Público, que devem dar uma trégua de 90 dias para o governo ‘cair na real’, mas que durante esse período o Sindicato deve se manter em mobilização constante para conscientizar a população dos perigos da gestão de Rollemberg.

Opinião

Nesse contexto o governador se esquece que os 160 mil servidores que cobram o pagamento das dívidas, se decidirem, podem travar a administração pública. Sobretudo se esses servidores, que lidam com a população diariamente, conseguirem se contrapor à ação a recém construída, imagem do servidor público de ‘culpado pelo rombo da governo’.

Argumentos não faltam e o povo não é tão ignorante quanto o governo pode estar julgando. Um deles, a recente divulgação de Metrópoles, do aumento de arrecadação, por parte do GDF, com acumulado de 2016 em R$ 11,95 bilhões, contra os R$ 10,92 bilhões de 2015, conforme dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (SIGGO), que o governo evita se manifestar sobre o assunto.

Caso o governo não tenha percebido, a população já entrou nessa luta por saúde, segurança, educação, mobilidade e atendimento à população, de qualidade.

Atualização: 10/11/2016 às 23h40

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