Atraso vacinal leva a aumento das internações de bebês por covid

Internação caiu 82% em 2022 na população em geral, mas subiu 21% entre as crianças menores de 2 anos



O número de crianças de até 2 anos internadas por covid-19 no país em 2022 já superou em 21,3% o total registrado no ano passado, contrariando a tendência de queda de hospitalizações nos demais grupos populacionais. Os dados, compilados pelo jornal Estado de S. Paulo, são do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde.

O aumento contrasta com a queda  das internações totais por covid-19. Em 2021, foi contabilizado 1,2 milhão de internados. Até o momento, são 211,5 mil, uma queda de 82,6%.

Os bebês são grupo populacional de vacinação mais tardia. Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro para crianças a partir de 6 meses, o imunizante da Pfizer só foi liberado dois meses depois pelo Ministério da Saúde, e com aplicação restrita a crianças com comorbidades. A decisão é criticada por epidemiologistas e pediatras.

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Crianças pequenas, de 3 e 4 anos, também sofreram com atrasos e insuficiência de doses da vacina Coronavac, aprovada para essa faixa etária.

“Os dados sobre a covid-19 não deixam duvidas. A vacina reduz a transmissão e a gravidade da doença. É importante que todos completem o ciclo vacinal, além de adotar medidas sanitárias como a lavagem frequente das mãos”, ressalta o enfermeiro Eduardo Fernando, do Comitê Gestor da Crise (CGC/Cofen). O uso de máscaras voltou a ser obrigatório na sede do Conselho Federal de Enfermagem em novembro, diante da nova onda da Covid-19.

Embora costume ser menos grave em crianças, a covid-19 traz riscos, como a inflamatória multissistêmica. Foram confirmados 1.940 casos associados à covid, com 133 óbitos. A síndrome é uma resposta inflamatória tardia e exacerbada, que ocorre após a infecção – em geral, dias ou semanas após a covid. Os sintomas podem incluir febre persistente, sintomas gastrointestinais, conjuntivite bilateral não purulenta.

A covid-19 também pode deixar sintomas respiratórios prolongados, além de alterações neurológicas, de humor, dificuldade de concentração e redução da memória.



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FONTECOFEN
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