Bio-Manguinhos deve se tornar laboratório de prontidão para emergências globais

Fiocruz recebe R$ 2 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento para ampliação e construção de nova unidade. Medida deve dobrar capacidade para 1 bilhão de doses de vacinas produzidas ao ano



Por Kleber Karpov

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Bio-Manguinhos), deve ser tornar um laboratório de prontidão para a produção de vacinas, para atender demandas de emergências sanitárias globais. A condição se deu a partir da associação do Instituto a uma rede formada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Na condição de membro a associação, o Bio-Manguinhos deve ser acionado, em casos de epidemias ou pandemia, para o fornecimento de vacinas para outros países, em especial, os da América Latina.

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“O ano de 2023 foi o mais marcante dos últimos anos, porque nós temos sido muito procurados, não só nacionalmente, mas internacionalmente, com a visibilidade que nós temos hoje. Para dar apoio internacional, para cumprir essa lacuna que tem de falta de vacinas no mundo”, explicou o diretor do Bio Manguinhos, Maurício Zuma.

Demanda

Atualmente, o Instituto é o principal produtor de vacinas fornecidas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). O Bio-Manguinhos fornece ainda imunizantes para mais de 70 países em cooperação com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“Obviamente que a nossa prioridade é sempre interna. Mas a gente deve se comprometer também a liberar doses para o exterior, o que a gente já faz. Mas eles querem contar com o nosso compromisso, e que a gente esteja preparado para poder dar essa resposta”

diretor do Bio Manguinhos, Maurício Zuma

Estrutura

Para garantir que o Instituto consiga atender a demanda crescente, o instituto conta com adaptações e ampliação em andamento. A expectativa é que em 2028, a Fiocruz inaugure o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, espaço em construção no município de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A iniciativa recebeu um aporte de R$ 2 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que deve promover a aceleração das obras.

Com a nova unidade em funcionamento o Bio-Manguinhos deve dobrara a capacidade de processamento e produzir até 1 bilhão de doses de vacinas ao ano. Iniciativas essas que, na expectativa de Zuma, colocam o Instituto na vanguarda da indústria farmacêutica.

“Nós vamos utilizar uma área nossa que foi desmobilizada para fazer uma construção modular para vacinas virais. Por exemplo, a vacina Rotavírus, hoje a gente não produz o IFA [Ingrediente Farmacêutico Ativo – substância que produz a reação imunológica] porque a gente não tem lugar para produzir. Lá ele vai poder ser produzido e a gente vai poder concluir essa transferência de tecnologia. No caso de vacinas como rubéola, também vai aumentar muito a nossa capacidade. E abrindo espaço ali para rubéola, a gente abre espaço na nossa outra planta para aumentar a capacidade de sarampo e de caxumba”, explica Zuma.



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