Por Kleber Karpov
O ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT), utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (10/Nov) em que publicou um vídeo onde atribui ao ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro (PL/RJ) as alcunhas de “chupim” e de “parasita que envergonha o Brasil”.
As referências foram dadas por Pimenta, após publicações de fake news, com sugestões de Bolsonaro ser o responsável por liberação de um grupo de 34 brasileiros, presos em Faixa de Gaza (Palestina), no conflito entre Israel e o Hamas.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Pimenta, apresentou o chupim, uma ave que bota os ovos nos ninhos de outras espécies. Em parábola, para se referir a Bolsonaro, o Secom fez alusão ao cenário, hipoteticamente criado, pelo ex-presidente e apoiadores, para fazer parecer que havia negociado a saída dos brasileiros da Faixa de Gaza.
O Secom lembrou diversos casos de omissão de Bolsonaro em relação a prestar socorro de brasileiros em outros países, a exemplo da Ucrânia no meio da invasão da Russia em 2022, e anterior, da pandemia do coronavírus na China em 2020. Além de lembrar episódios, também relacionados à Covid-19, na Amazônia.
“Não enviou oxigênio para Manaus quando nosso povo estava sufocando. Não queria repatriar brasileiros na China em meio a uma pandemia porque custava caro. Abandonou brasileiros na Ucrânia e orientou que saíssem ‘por meios próprios’. E agora quer dar um golpe no trabalho do Presidente Lula. Xô, chupim!”, relembrou Pimenta.
De volta ao ‘encontro’
O pano de fundo, para a ação dos bolsonaristas, foi o ‘encontro’ do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, com parlamentares no Congresso Nacional (8/Nov), que contou com a presença de Bolsonaro, o que o ex-presidente, fez questão de vender a imagem de algo feito “juntamente” com Zonshine.
Isso porque, na noite do dia 9 de novembro, o governo brasileiro divulgou que conseguiu incluir os brasileiros na listagem de pessoas autorizadas a deixar a Faixa de Gaza. Ocasião em que os bolsonaristas, passaram a divulgar fake news para sugerir que tal liberação se deu por intervenção de Bolsonaro.
Porém, após ser ‘usado’ por bolsonaristas que criaram mal estar entre o embaixador entre membros da diplomacia, dos governos do Brasil e de Israel, a Embaixada de Israel e da própria comunidade judaica no país, acabou por publicar, na noite de quinta-feira (9/Nov), uma Declaração, nas redes sociais, que acabou por desmentir as postagens de bolsonaristas, no que tange a qualquer intervenção por parte do ex-chefe do Executivo brasileiro.
A Embaixada de Israel fez questão de explicar que “A reunião de ontem no Congresso Nacional teve como intenção mostrar, como foi feito aos jornalistas Brasileiros, as atrocidades do 7 de outubro cometidas pelos terroristas do Hamas. Um material muito bruto e sensível.”.
Ainda de acordo com a Declaração “Convidamos parlamentares e apenas parlamentares. Convidamos parlamentares e apenas parlamentares. A presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel e não era conhecimento antes do evento, ocorrendo de forma fortuita.”.
A reunião de ontem no Congresso Nacional teve como intenção mostrar, como foi feito aos jornalistas Brasileiros, as atrocidades do 7 de outubro cometidas pelos terroristas do Hamas. Um material muito bruto e sensível.
Convidamos parlamentares e apenas parlamentares.— Israel no Brasil (@IsraelinBrazil) November 9, 2023
“Falo com o chefe dele”
À frente da negociação do retorno dos brasileiros presos em Gaza, contra a vontade, e em meio a uma série de embaraços diplomáticos por parte do representante de Israel, no Brasil, o ministro das Relações Exteriores, foi categórico em afirmar que negocia, diretamente, com o chefe de Zonshine, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen.
Mauro Vieira, conseguiu negociar a liberação dos brasileiros, que já estão inclusos na listagem de liberação. Os 34 brasileiros ou familiares foram autorizados a deixar a Faixa de Gaza, porém, ainda não conseguiram atravessar a fronteira de Rafah com o Egito. Isso, por haver entendimento entre os atores responsáveis pela evacuação dos estrangeiros de que as pessoas de outras nacionalidades só podem sair da zona de guerra depois dos feridos, segundo informou nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Viera.