Brasil aposta em tecnologia de satélites com sustentabilidade



Por Kleber Karpov

No Brasil, alguns players estão a se levantar contra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por assinar concessão de operação satelital com a E-Space, empresa com sedes na França e nos Estados Unidos, para começar a operar no país, por meio da Space Exploration Holding Ltda, contratada para iniciar operações no Brasil, em até dois anos em até dois anos, com limite de 8.640 satélites de baixa órbita. A empresa deve impulsionar dispositivos de Internet das Coisas (IoT).

A crítica está no fato que, atualmente, a empresa opera com apenas três satélites, em forte contraste com os mais de 4.748 da Starlink, empresa de propriedade de Elon Musk. Nome que também desempenha papel importante na resistência a potenciais concorrentes, seja em decorrência da popularidade e feitos do bilionário sul-africano naturalizado americano, ou dos recentes conflitos com o sistema de justiça brasileiro.

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No entanto, muitos parecem desconhecer o nome e a influência por trás da E-Space, liderada por Greg Wyler, uma figura chave na inovação da indústria espacial e nas tecnologias de conectividade. Wyler, CEO da E-Space, traz consigo a experiência de ter fundado a O3b Networks e a OneWeb, esta última uma empresa pioneira em serviços de internet de órbita terrestre baixa.

Em 2020, a OneWeb garantiu US$ 3 bilhões em investimentos, mas foi à falência quando um de seus investidores, o SoftBank, se recusou a fazer uma nova contribuição financeira. A empresa também recebeu investimentos da Airbus, que fabricou satélites em parceria com a Virgin Galactic para serviços de lançamento, e da Qualcomm, para o desenvolvimento de tecnologia de satélites.

Visão Ambiciosa

Em entrevista ao Financial Times (2022)(Veja Aqui), Wyler fez uma previsão ousada de que lançaria cerca de 100.000 satélites em órbita nos próximos 10 anos – um número impressionante comparado aos aproximadamente 6.000 lançados por Musk. No entanto, Wyler deixou claro que os satélites da E-Space são menos potentes e, como resultado, têm custos operacionais significativamente mais baixos.

Para realizar essa visão, Wyler estabeleceu uma subsidiária, a E-Space Africa, em Ruanda, com planos de lançar 300.000 satélites. Também no mesmo ano, Wyler consolidou o registro oficial de satélites no Reino da Arábia Saudita, onde a empresa obteve permissão para fornecer serviços de comunicação terrestre.

Informações essas que levam a crer na existência de background e capilaridade financeira por parte da E-Space para implementar um projeto dessa natureza, sobretudo porque a empresa, já previa linha de produção em massa dos satélites para 2023.

Foco na Sustentabilidade

Porém, chama atenção, para além da capacidade tecnológica da empresa, o compromisso conceitual de Wyler com a sustentabilidade do planeta agregado à Empresa. Todo o modelo de negócios da E-Space é centrado na otimização, minimização de danos, além de redução de impactos e manutenção da recuperação do meio ambiente.

A filosofia operacional da E-Space prioriza os princípios de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) ao longo de seus processos de produção. Nesse contexto, os satélites são projetados para coletar detritos espaciais e se desorbitar automaticamente ao final de sua vida útil, evitando deixar resíduos adicionais.

Os equipamentos são projetados para “amassar” se forem atingidos no espaço, com uma seção transversal “substancialmente menor que a de seus concorrentes”, como Wyler destacou em sua entrevista ao Financial Times em 2022.

Bem-vindo ao Brasil

A expectativa é que os esforços de Wyler ganhem o reconhecimento comercial que merecem e elevem o nome do Brasil no uso de tecnologia satelital, totalmente integrada com a responsabilidade ambiental.



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