Brasil dá primeiro passo na fabricação de radiofármacos, utilizados no tratamento de câncer



Empreendimento contará com investimento de R$ 750 milhões do Ministério da Saúde. Após a conclusão da obra, Brasil será autossuficiente na produção de radiofármacos

Por Victor Maciel

O Governo Federal deu o primeiro passo para a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento capaz de produzir radiofármacos utilizados no tratamento de doenças como o câncer. A iniciativa contribuirá para o fim da dependência externa de radioisótopos e para o fornecimento de radiofármacos ao SUS a preço de custo. A pedra fundamental da obra foi lançada nesta sexta-feira (08/06), em Iperó (SP), pelo presidente da República Michel Temer. O ministro da Saúde, Gilberto Occhi participou do evento e reafirmou que o investimento de R$ 750 milhões está previsto no orçamento da Pasta.

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O presidente da República, Michel Temer, enfatizou que o projeto eleva o nosso patamar e promove o desenvolvimento do Brasil. “Para a área da saúde, a construção do relator fortalece muito o SUS. Vamos produzir o material para o sistema único de saúde a preços naturalmente mais baixos, e, desta forma, aumentar os atendimentos e levar esperança a quem está doente e precisa de ajuda”, explica o Presidente.

Desde 2009, o Brasil enfrenta dificuldades no abastecimento de radioisótopos e de radiofármacos, que hoje são importados. Isso se deve a paralisação do reator canadense que abastecia todo o mercado brasileiro e 40% do mundo. A partir disso, o país busca outros fornecedores importados, já que cerca de dois milhões de procedimentos médicos utilizam os radiofármacos, sendo que 24% são realizados no SUS.

O empreendimento reduzirá os riscos de desabastecimento no país e tornará o Brasil autossuficiente na produção dos radiofármacos. O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, destacou o quanto isso impactará para a população. “O uso dessa tecnologia qualificará a atenção à saúde da população em diversas áreas que fazem uso da medicina nuclear, como cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia. Permitirá a realização de diagnósticos mais precisos de doenças e complicações”, ressaltou o ministro.

A obra também contribuirá para ampliar os investimentos na área médica, já que permitirá a ampliação do atendimento em medicina nuclear para mais usurários do SUS.

Estrutura

O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) será desenvolvido no Centro Experimental de ARAMAR da Marinha Brasileira, em Iperó. Ao todo, o RMB ocupará dois milhões de metros quadrados, onde além do reator terá a construção de laboratórios, aceleradores de partículas e lasers de alta potência. Também constará no local, laboratórios para o desenvolvimento e produção de radiofármacos.

O novo local ainda terá toda uma infraestrutura de laboratórios para realizar um grande e valioso conjunto de atividades. Os principais laboratórios associados são: laboratório de processamento e manuseio de radioisótopos; laboratório de feixe de nêutrons; laboratório de análise pós-irradiação; e laboratório de radioquímica e análise por ativação, além de instalações de apoio para pesquisadores.

Acordo

Em março deste ano, o Ministério da Saúde e a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) se tornaram parceiras para o desenvolvimento deste reator, que produzirá radiofármacos essenciais ao SUS. A assinatura do acordo foi realizada durante a 15ª Reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (GECIS). Na ocasião, ficou acordado que o montante de R$ 750 milhões será repassado nos próximos quatro ano, sendo R$ 30 milhões, já em 2018.

Fonte: Agência Saúde



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