Cientistas de três universidades brasileiras avaliam que avanço da epidemia de coronavírus está mais rápido do que o projetado há 20 dias
O avanço da epidemia de coronavírus no Brasil está mais rápido do que o estimado há 20 dias e os casos confirmados podem chegar a 19.673 na próxima semana.
O estudo foi feito pelos pesquisadores Afrânio Kritski, Roberto Medronho, Guilherme Werneck e Rafael Galilez, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Mauro Sanchez e Ivan Zimmermann, da Universidade de Brasília (UnB); e Domingos Alves, da Universidade de São Paulo (USP) e utilizou dados do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP.
“Estamos vivendo uma crise sem precedentes na saúde pública mundial. As medidas restritivas adotadas em diversos países baseadas nos estudos científicos vêm dando resultados concretos. Acreditem na ciência. Ela pode nos ajudar a reduzir o sofrimento e salvar vidas. Permaneçam em casa”, dizem os especialistas em saúde no artigo. A maioria dos casos ficariam concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que são as cidades com o maior número de casos até agora. Já foram confirmados 2.292 casos no país, com 48 mortes por coronavírus.
Ontem (24), o presidente da República, Jair Bolsonaro, debochou do avanço da epidemia de coronavírus, comparando-a a uma “gripezinha” e um “resfriadinho”. Ele criticou os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), por decretarem quarentena e determinarem o fechamento do comércio e dos serviços não essenciais.
Embora São Paulo tenha mais casos que as outras cidades, a taxa de contaminação é maior em Brasília, onde pode ocorrer uma explosão de casos na próxima semana.
Segundo o modelo, até o dia 31 de março, na progressão atual, a capital paulista pode subir dos atuais 810 casos confirmados para 3886; a capital fluminense, de 305 para 1.748; e o Distrito Federal iria de 182 para 10.556.
Os especialistas indicam que a melhor estratégia para retardar a disseminação do coronavírus é o isolamento social, como já aplicado em São Paulo e no Rio de Janeiro. O estado paulista tem hoje pouco mais de 10 mil casos suspeitos de coronavírus em análise.