Por Kleber Karpov
O Brasil registrou no sábado (19/Jun), mais de meio milhão de brasileiros mortos em decorrência da covid-19, de acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. O país contabiliza 2.301 mortes e 82.288 novos casos confirmados de coronavírus, nas últimas 24 horas,. além de outros 1.199.101 sob acompanhamento com um saldo de 500.800 pessoas mortas.
O que mais entristece, é saber que a grande maioria desses óbitos poderiam ser totalmente evitáveis, pois embora muitos tentem politizar a CPI da Pandemia em curso no Senado Federal, as oitivas têm demostrado omissão. E o mais grave, ações deliberadas, por parte do governo federal, em relação ao combate da pandemia no país.
Ações essas, publicitadas por estudiosos da Universidade de São Paulo (USP), ao demonstrar na linha de tempo, desde a chegada do coronavírus ao país, as diversas iniciativas do governo federal, no sentido de reprimir o isolamento social e o uso de máscaras.
Tentativas de estimular a ‘normalidade’ à vida dos cidadãos, de ignorar e se negar a fazer a aquisição de vacinas, de estimular e distribuir medicamentos sem eficácia comprovada, além de promover atos que estimulem a aglomeração social.
Mais que isso, o governo federal, para se contrapor ao caminho natural, estabelecido pela comunidade científica mundial, para o combate epidemiológico natural do coronavírus, se cercou de pseudo-referenciais, a exemplo do deputado federal, Osmar Terra, ou da oncologista e imunologista, Nise Yamaguchi – que não soube diferenciar um vírus de uma bactéria, ao ser ouvida na CPI da Pandemia -, para validar, o uso de hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, spray nasal e tantos outos tratamentos sem comprovação científica quanto a eficácia dos medicamentos.
Ou melhor, com provas abundantes, no curso da pandemia no mundo, demonstradas por cientistas, que tais ‘soluções’ além de não combaterem o vírus da covid-19, em alguns casos, ainda levaram pessoas a óbito.
Tão grave quanto os medicamentos, sem eficácia, também está a política, ao que tudo indica, genocida, de se tentar alcançar a chamada imunidade de rebanho, defendida por exemplo, por Osmar Terra, que tem histórico de fracasso para lidar, com um vírus bem menos nocivo, em 2009, no Rio Grande do Sul, o influenza H1N1.
Meme
Na semana em que o Brasil alcançou a fatídica marca de mais de 500 mil óbitos, a população do Distrito Federal e de Goiás, vivem a saga da captura do serial killer, Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos. Considerado psicopata pela comunidade científica, Sousa conta com cerca de 300 agentes de diversas forças de segurança do DF e do estado vizinho, após matar uma família inteira na Região Administrativa de Ceilândia (DF), sequestrar e matar famílias em zonas rurais, atingir policial em confronto e ainda assim, conseguir escapar.
Souza se tornou manchete em todo país e chama atenção, pela crueldade dos atos, mas sobretudo pela sagacidade do psicopata, estar sempre no campo de visão, porém pela capacidade de fuga e evasão em relação as forças policiais.
Algo que acabou por torná-lo um meme na internet, e junto com ele, a associação à imagem do presidente da República Federativa do Brasil. Não se sabe, se o senso comum se dá pela suposta psicopatia ou pela capacidade de evasão à responsabilidade. Nesse contexto, resguardadas as devidas proporções, sob esse contexto, a pergunta que fica é: qualquer semelhança é mera coincidência?
A História, dirá, ainda que eventualmente, venha a receber a alcunha de sigilo por 100 anos, como já se fez com outras ações questionáveis de Bolsonaro, a exemplo das doses de vacina, tomadas pelo mandatário do país.
Kleber Karpov é jornalista, editor de Política Distrital,
mestrando em Comunicação Política,
ex-secretário municipal de comunicação
e especialista em auditoria e gestão de serviços de saúde.