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23 dez 2024 02:51


Brasil reverte tendência de queda nas coberturas vacinais e registra aumento de oito imunizantes do calendário infantil em 2023

Dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde com a presença da secretária da pasta do DF

Por Karinne Viana

As coberturas de oito vacinas recomendadas no calendário infantil tiveram aumento durante o período de janeiro a outubro de 2023 em comparação com todo o ano de 2022. Os dados – divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) na terça-feira (19) – indicam uma reversão significativa, considerando a tendência de queda nas coberturas vacinais no Brasil desde 2016. Representando o governador, a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, esteve presente na coletiva de imprensa na sede da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Brasília.

Dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde com a presença da secretária da pasta do DF. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

De acordo com os dados preliminares apresentados pela ministra da saúde, Nísia Trindade, houve crescimento no índice de vacinação dos imunizantes contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) no público de até um ano. Além disso, aumentou a cobertura da vacina contra a febre amarela, indicada aos nove meses de idade.

“Todos nós alcançamos juntos o objetivo de reverter a tendência de perda nas coberturas vacinais no Brasil”, afirmou a ministra Nísia Trindade sobre os resultados positivos do Movimento Nacional pela Vacinação.

A cobertura vacinal da hepatite A aumentou de 73% para 79,5% em nível nacional. O primeiro reforço da pneumocócica passou de 71,5% para 78% neste ano. A cobertura contra a poliomielite alcançou 74,6%, em comparação com os 67,1% do ano anterior. Entre as vacinas indicadas para crianças menores de um ano, a febre amarela apresentou o maior crescimento, passando de 60,6% em 2022 para 67,3% neste ano, com aumento registrado em todos os estados.

Vacinação nas escolas

Tem destaque também o crescimento de 30% no número de doses aplicadas da vacina contra o papilomavírus humano (HPV), que desde 2014 estava em queda. Esse sucesso é atribuído a estratégias como o microplanejamento e a vacinação nas escolas, que foram fundamentais para alcançar resultados positivos. Ao todo, 3.992 cidades brasileiras adotaram a estratégia de vacinação nas escolas.

O DF adotou a iniciativa e mais de 562 instituições de ensino, entre rede pública e privada, receberam os imunizantes do calendário de vacinação de rotina com cerca de 95,3 mil aplicações desde junho. “A vacinação nos centros educacionais é uma estratégia essencial para preservar a qualidade de vida da comunidade escolar. A parceria com a Secretaria de Educação do DF desempenha um papel vital na mobilização das famílias”, ressalta a secretária de saúde, Lucilene Florêncio.

Oito imunizantes recomendados do calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas vacinais entre 2022 e 2023. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

O Ministério da Saúde atribui o resultado ainda ao planejamento multiestratégico adotado, com investimento de mais de R$ 151 milhões em ações regionais no DF, estados e municípios. A adoção de estratégias adaptadas às realidades locais, como imunização extramuros, ampliação do horário das salas de imunização e busca ativa de não vacinados também desempenhou papel importante nesse progresso.

Cenário no DF

Dados da Secretaria de Saúde (SES-DF) mostram um avanço significativo na imunização da população do DF ao longo do ano de 2023. Em relação à covid-19, de janeiro a dezembro, foram aplicadas mais de 2,5 milhões de primeiras doses, mais de 2,4 milhões de segundas doses e mais de 1,5 milhão de doses de reforço. No caso da vacinação contra a influenza (gripe), aplicou-se cerca de um milhão de doses de março a dezembro, com destaque para a cobertura vacinal de professores (95,3%) e idosos (61,4%).

Entre as vacinas indicadas a menores de 1 ano de idade, a que protege contra a febre amarela foi a que apresentou o maior crescimento. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Aproximadamente 130 mil doses foram administradas extramuros em 379 órgãos do DF, incluindo o Senado Federal, o Ministério da Educação (MEC), a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre maio e dezembro. As equipes de saúde também levaram as vacinas para locais com grande circulação de pessoas, como shoppings, terminais de ônibus, parques, igrejas e supermercados, além do uso do Carro da Vacina. Durante as 224 ações extramuros realizadas de 16 de maio a 31 de outubro, um total de 76.065 doses de vacinas foram administradas, sendo 37.235 contra a gripe, 26.332 contra a Covid-19 e 12.498 do calendário de imunização regular.

Outra estratégia bem-sucedida de vacinação extramuros foi o Monitoramento Rápido de Vacinação (MRV), que permitiu verificar o status vacinal de uma determinada população em um curto período de tempo. Por meio dessa iniciativa, foram administradas 2,5 mil doses em crianças e adultos. “Estamos comprometidos em levar a imunização até onde a comunidade se encontra. As ações extramuros são fundamentais para alcançar as metas de cobertura vacinal e assegurar a proteção necessária às pessoas”, destaca a gestora da pasta no DF.

Ainda na coletiva, o Ministério da Saúde também anunciou a criação do novo painel de vacinação. A reestruturação dos sistemas de informação permitirá que todos os dados vacinais sejam redirecionados para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), com as doses aplicadas atreladas a um número de Cadastro de Pessoa Física (CPF).

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