Problema antigo, atinge aproximadamente 8,9 mil servidores com dívidas junto ao BRB, que devem ser beneficiados
Da Redação
Nesta sexta-feira (8/Fev), o Banco de Brasília (BRB), lançou o programa para os servidores, superendividados, do GDF. Plano de permitir que aproximadamente 8,9 mil colaboradores do GDF, com comprometimento acima de 50% da renda mensal, passem a ter acompanhamento gerencial por parte do Banco. Medida essa que, inicialmente, deve começar com os aposentados e pensionistas.
O BRB, além de oferecer soluções financeiras para cada perfil de cliente, deve disponibilizar ainda, taxas especiais e atendimento individualizado, para acompanhamento dos servidores superendividados, que passam a ter acesso a taxas de juros e condições especiais, ainda não divulgadas pelo banco, com prazo máximo de regularização das dívidas que podem chegar a 120 meses.
A solução é parte da incumbência do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), ao presidente da BRB, Paulo Henrique Costa, anunciada em 20 de dezembro de 2018, de resolver o problema dos superendividados. Segundo Costa, a estratégia do BRB deve contemplar o assessoramento desse cliente, por profissional especializado, durante o período de um ano, com suporte contínuo, tanto nas agências como por meio digital (chat e SMS).
Superendividados
Problema antigo, o caso dos superendividados dos servidores do GDF veio a público e ganhou notoriedade da imprensa e da classe política, com a publicação, por Política Distrital (PD)(Jan/2016), da reportagem especial: BRB/Saldo Zero. Isso após um agente penitenciário publicar na rede social Facebook. “Já faz 5 meses que o BRB pega todo meu salário! Quase dando um tiro na cabeça!!”
Na série, PD realizou entrevistas com a advogada, Fernanda Borges Ferreira que atua defesa de servidores com superendividamento com bancos, com o então defensor público-geral da Defensoria Pública do DF (DPDF), Ricardo Batista Sousa e a psicóloga, Dalzi Neres, que atende servidores com quadros de depressão e inclinados a cometerem auto extermínio. Todos voltados a abordar o problema dos servidores superendividados do GDF.
O caso chamou atenção da servidora da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Elied Barbosa, que chegou a criar uma grupo na rede social Facebook, com mais de 3 mil servidores do GDF, além de uma associação que trata do tema. A época, 1,3 mil colaboradores do governo tinham 100% dos salários comprometidos com pagamentos de dívidas junto ao banco.
No meio político, a então, deputada distrital, Celina Leão (PPS), atualmente deputada federal pelo PROGRESSISTA, se sensibilizou com o problema dos superendidivados e, em diversas reuniões com os servidores, direção do BRB, Ministério Público, e o próprio ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), conseguiu intervir junto a direção do banco e abrir processos de negociações para os servidores.
O Banco chegou a quantificar e identificar o perfil dos servidores devedores, abrir espaço específico para oferecer curso e atender os superendividados de modo que pudessem refinanciar as dívidas. Porém, relato recente de Elied Barbosa ao PD, aponta que a instituição financeira ‘dava com uma mão e tirava com a outra’.
O caso culminou ainda, junto à Câmara Legislativa do DF (CLDF), na apreciação de um Projeto de Emenda a Lei Orgânica do DF (PELO) 35/2016, de autoria da deputada distrital, Telma Rufino (Sem Partido), atualmente, no PROS. O PELO estabelecia a retira do Banco de Brasília (BRB), a exclusividade da folha de pagamento dos servidores distritais.
Caso que gerou polêmica e provocou a polarização entre os funcionários do banco que argumentavam sobre a possibilidade de falência do BRB. Do outro, os servidores superendividados reivindicaram o direito de escolha da instituição bancária e acusavam o BRB de descontar até 100% dos salários para saldar as dívidas.
No meio sindical, atualmente, a direção do Sindicato dos Empregados de Estabelecimentos da Saúde do DF e Entorno (SindSaúde-DF), comemora a iniciativa de Ibaneis e reivindica a proposta ao governador. No entanto, à época, a presidente do sindicato, Marli Rodrigues, chegou a classificar como “engodo”, toda movimentação que acontecia por parte da mobilização dos servidores e da própria CLDF.
Com informações de Metrópoles