Por Kleber Karpov
Essa semana a aquisição do Banco Master, por parte do Banco de Brasília (BRB) se tornou foco de diversos questionamentos e até virou alvo de investigação por parte do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), após algumas vozes se levantarem nas redes sociais, algumas com intuito meramente eleitoreiras, a questionar a compra da instituição financeira.
Dentre vários motivos, a exemplo do anúncio pós-vazamento da transação, ao que consta, iniciada ainda em 2024, do horário que a informação veio à público e até mesmo da intenção de um terceiro banco se propor a pagar R$ 1, pelo Banco Master.
Um outro ingrediente, se somou a isso, esses mais sérios, sobre especulações da real condição do Banco Master, dado a forma agressiva, da gestão do banco, e até mesmo em relação a operações consideradas de risco, por exemplo, em decorrência da concentração de carteira em títulos de dívidas públicas, os precatórios. Ou ainda os passivos como títulos de CBS, a serem quitados nos próximos anos, com o agravante de terem as comercializações com garantias atreladas a eventual pagamento de resgates com recursos do chamado Fundo Garantidor — um fundo gerido por instituições bancárias para uso em caso de emergências —, solução essa, condenada por parte do Banco Central do Brasil.
Conforme reportagem publicada por PDNews (31/Mar), ao que tudo indica, o BRB acabou por entrar no ‘olho do furacão’ por conta de especulações após aquisição do Banco Master. Nesse contexto vale reforçar que o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), entregou o BRB, ao assumir o primeiro mandato, nas mãos de Paulo Henrique Costa e, conforme lembra o emedebista, em cerca de um ano a frente da gestão do banco, retirou a instituição das páginas policiais e levou às manchetes das principais editorias econômicas e financeiras do país.
Dito isso, em reportagem do jornalista Wellton Máximo, intitulada ‘Com pedido de compra, Banco Master divulga lucro de R$ 1 bi em 2024‘, publicada em Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), lançou novos olhares para as reais condições do Banco Master, com base na divulgação na terça-feira (1º/Abr), do balanço de 2024 do Master.
E, para além dos boatos, ao que tudo indica, segundo a reportagem, o Banco Master teve um salto no patrimônio líquido — sobra de recursos pós-quitação de passivos —, a partir dos resultados operacionais e de capitalizações sucessivas, de R$ 2,3 bilhões em 2023 para R$ 4,7 bilhões em 2024. A carteira de crédito, por sua vez, ficou em R$ 40,41 bilhões e o retorno sobre patrimônio chegou a superar o de grandes bancos, ao atingir 28,5%. Ainda conforme aponta a reportagem, apenas para situar, em 2023 o Banco do Brasil registrou Patrimônio líquido de 21,4%.
Saúde financeira
Os números apontam ainda que o total de ativos do Banco Master fechou em R$ 63 bilhões, em 2024 contra R$ 36 bilhões no ano anterior. Dados esses, auditados por parte da KPMG, uma das principais empresas de contabilidade do mundo.
Importante ressaltar, para além da divulgação dos balanços patrimoniais é público, divulgados pelo próprio Banco Master (Veja Aqui) e o próprio BC disponibiliza o IF Data (Veja Aqui), com relatórios, a partir de 2000, de todas as instituições financeiras do país. A partir de cruzamentos de relatórios é possível se chegar a boas conclusões sobre a saúde dos bancos.
Segurança
Conforme PDNews, havia publicado, o próprio presidente do BRB tem esclarecido que para fins de aquisição, o Banco Master passa, desde janeiro, por uma série de auditoria, além de todo o processo estar sob acompanhamento de escritórios de advocacias, especializados em aquisições, além de todo processo ser submetido ao Banco Central (BC) e ao Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor (Cade). Como bem o lembra Costa, cabe ao BC, a aprovação final para a consolidação da aquisição.
‘Falando em Mercado’
PDNews faz uso da licença poética para questionar: Será esse mercado crítico a subsidiar informações, ao que tudo indica, inverídicas sobre a situação do banco Master, o mesmo ‘mercado’ dono de previsões, com margem de erro de 95% sobre projeções financeiras e econômicas do país, recentemente relatado em reportagem do UOL?
Em tempo
Em, um passado não muito distante, a EBC se tornou alvo de críticas, por veículos do DF, por supostamente atacar o Governo do Distrito Federal (GDF) no que tange a epidemia de dengue. No entanto, a instituição, aos olhos de PDNews, o veículo apenas reportou um recorte de um caso concreto, sobre um momento crítico vivido por parte do Distrito Federal. E viva ao bom e velho, jornalismo.
