Câmara Legislativa: e lá se vão os dezessete deputados…



Por Millena Lopes

Dezessete deputados distritais estão nas contas do Palácio do Buriti como sendo a base aliada na Câmara Legislativa. Mas a insatisfação de alguns, somada à frustração da presidente Celina Leão (PPS), que ainda não conseguiu votar em segundo turno a emenda que garante a reeleição na Casa, pode fazer com este número mude. E logo. A articulação está atenta e a reeleição pode ser moeda de negociação do Executivo. Para convencer, principalmente, a chefe do Legislativo a se estabelecer definitivamente na base.

O PPS, que suspendeu as negociações com o governo, deve se reunir hoje para decidir se fica ou se sai em definitivo. Embora a Rede esteja fechadinha com o governo,  os dois deputados distritais do partido não têm espaço na administração pública. Chico Leite diz sempre que não quer cargos, enquanto Cláudio Abrantes espera que o governador atenda às demandas apresentadas há oito meses, quando tomou posse do mandato. Nos últimos dias, tem subido o tom de crítica ao governo. E espera-se que ele se declare oposição nos próximos dias.

O bloco formado por Abrantes, Leite, Israel Batista (PV) e Reginaldo Veras (PDT) é esperado hoje  no gabinete do governador, que prometeu encontros semanais, sempre às segundas. Na semana passada, o grupo também foi chamado no Buriti, mas Abrantes não foi. Alegou outro compromisso na agenda.

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Missão de colar cacos

Deputados reclamam constantemente da falta de atenção do governo para as demandas que levam, das respostas demoradas do Executivo e da distribuição desigual de  cargos  no governo. Escalado para  a articulação entre os dois poderes, o secretário adjunto de Assuntos Legislativos, José Flávio de Oliveira, terá uma missão árdua pela frente: dar respostas rápidas às demandas dos deputados e conseguir consolidar a base para que o Executivo consiga aprovar projetos importantes neste ano, a exemplo da eleição direta para administradores regionais, Lei do Silêncio, Lei de Uso e Ocupação do Solo  e Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico.

 “Vamos manter uma conversa permanente com todos os deputados, para mostrar as matérias e  discutir tecnicamente os assuntos”, planeja o articulador, que promete atenção aos parlamentares.

Os principais insatisfeitos

Cláudio Abrantes (Rede) tem dados sinais claros de insatisfação com o governo e deve desembarcar da base, nos próximos dias. Principalmente se o governo não atender às demandas levadas ao Buriti.

Celina Leão (PPS) diz que 99,99% dos integrantes do partido quer sair da base.

Se o PPS decidir virar oposição,  junto com a presidente da Câmara Legislativa, deixaria de apoiar Rollemberg também  o deputado Raimundo Ribeiro (PPS), que já está insatisfeito com o governo desde fevereiro deste ano, quando a cúpula da Secretaria de Justiça indicada por ele foi exonerada.

Celina Leão ainda está na conta do Buriti

O governador Rodrigo Rollemberg não interferiu na tentativa de Celina de colocar em pauta a emenda da reeleição, na semana passada, garante José Flávio. “Isso é assunto do Legislativo”, observou.

 Deputados disseram que receberam ligações do próprio chefe do Executivo pedindo para que esperassem um pouco mais antes de aprovar a emenda que garantiria em reeleição em segundo turno. Celina precisa de 16 votos e contou apenas 15 apoiadores em plenário na última quarta-feira, quando pretendia colocar o assunto em pauta. Para ela, o governador impediu que a 16ª deputada da conta dela descesse ao Plenário.

“Celina é uma parlamentar da confiança do governador, que ajudou a elegê-la. Ela está fazendo um excelente trabalho à frente da Câmara.  É parceira, é amiga e faz parte do grupo político do governador”, argumenta José Flávio, para quem a questão “não está, de tudo, perdida”. Na quinta-feira, o próprio Rollemberg tentou um contato, como ela mesmo disse.

Negociação

Nos bastidores, são fortes os rumores de que ela pode ser convencida a permanecer na defesa do governo, com a promessa de um  arranjo político para 2018 e a articulação para que todos os parlamentares do PSB sejam liberados para votar e ela consiga, finalmente, emplacar a emenda. Oficialmente, o governo nega, já que trata-se de assunto exclusivo da Casa. “Não procede isso”, garante o articulador.

Sobre um provável desembarque de  Abrantes, José Flávio diz que há possibilidade ainda de ajustar “alguns desencontros”.

Fonte: Jornal de Brasília



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