A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou sessão itinerante na tarde desta quarta-feira (16), no Riacho Fundo I, e ouviu as reivindicações de seus moradores. A falta de segurança pública e a crise na saúde pública foram os assuntos mais abordados pelos moradores ouvidos pela Câmara. A sessão itinerante faz parte do projeto “Câmara em Movimento”. Esta foi a 10ª edição do projeto, desde o seu início, no ano passado, e a primeira de 2016.
A presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PPS), saudou os moradores da cidade logo na abertura oficial da sessão e destacou a importância de levar o Legislativo para mais próximo da população. Celina informou que as demandas apresentadas serão analisadas e encaminhadas aos órgãos do Executivo, quando for o caso. A Câmara também responderá por meio de e-mail a todas as reivindicações apresentadas durante a sessão itinerante.
O deputado Cristiano Araújo (PTB), que solicitou a realização da sessão no Riacho Fundo I, disse que ouvir dos próprios moradores suas principais reivindicações ajuda os deputados distritais em sua atuação parlamentar.
Muitos dos que se manifestaram durante a sessão também criticaram o governo de Rodrigo Rollemberg. Alguns dos mais críticos reclamaram que a equipe montada pelo governador é “fraca e travada”. A questão da segurança pública esteve presente em várias manifestações. A diretora da prefeitura comunitária de Sucupira, Marinete Nunes, por exemplo, relatou que o posto policial foi queimado e reclamou da falta de segurança. Ela pediu a instalação de câmeras e a poda de árvores para melhorar a situação.
Também foram apresentadas reivindicações em relação à saúde, com várias reclamações sobre a falta de condições e de profissionais no posto de saúde e na UPA da cidade. Os moradores também pediram aos distritais o conserto de calçadas, recapeamento do asfalto, construção de rodovia para melhorar os acessos à cidade, construção de centro cultural e de uma feira permanente, além do aumento de oferta de vagas nas escolas públicas.
O aumento do investimento no esporte e a votação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) também foram lembrados pelos moradores. Eles reclamaram das condições dos espaços públicos para prática de atividades esportivas e da necessidade da LUOS para regularização de várias atividades econômicas na cidade.
Administração
Presente à sessão, a administradora do Riacho Fundo I, Antônia Edileusa de Lima, ouviu alguns distritais lamentarem a falta de estrutura das administrações regionais para atender às principais demandas da população. Os deputados Chico Vigilante (PT) e Ricardo Vale (PT), por exemplo, disseram que os administradores não têm autonomia administrativa e financeira para resolver os problemas das cidades e só atuam para ouvir as críticas dos moradores.
Esta foi a décima edição do projeto “Câmara em Movimento”. Anteriormente, as sessões itinerantes aconteceram em Santa Maria, Sobradinho II, Gama, Planaltina, Samambaia, Brazlândia, Sobradinho, Ceilândia e na Rodoviária do Plano Piloto. A Câmara pretende percorrer todas as cidades do DF com o projeto.
Estiveram presente na sessão itinerante de Riacho Fundo I os deputados Celina Leão, Cristiano Araújo, Telma Rufino (sem partido), Sandra Faraj (SD), Ricardo Vale, Rodrigo Delmasso (PTN), Chico Vigilante, Wellington Luiz (PMDB), Luzia de Paula (Rede), Julio César (PRB), Prof. Israel (PV), Raimundo Ribeiro (PPS), Agaciel Maia (PTC), Prof. Reginaldo Veras (PDT), Liliane Roriz (PRTB), Lira (PHS), Cláudio Abrantes (Rede) e Roosevelt (PSB).
A cidade
De acordo com dados do GDF, o Riacho Fundo originou-se de uma Granja com o mesmo nome, localizada às margens do ribeirão Riacho Fundo, onde havia uma vila residencial. Para acabar com as favelas na periferia das cidades e núcleos urbanos, o Governo criou um programa de assentamento e, como parte desse programa, loteou a Granja Riacho Fundo em 13 de março de 1990 (data do aniversário da cidade), transferindo para lá moradores da Invasão do Bairro Telebrasília e outras localidades do Distrito Federal. O assentamento transformou-se na RA XVII pela Lei nº 620/93 e o Decreto nº 15.514/94.
A Granja também sediou, por longa data, a Residência Oficial dos Governos Militares, criada logo após a inauguração de Brasília e, mais tarde, transformada em Instituto de Saúde Mental. Hoje o local é considerado uma área de preservação ambiental (APA) devido a sua grande contribuição ecológica, por nele situarem-se nascentes de diversos córregos – incluindo o próprio Córrego Riacho Fundo, que inspirou o nome da cidade.
Fonte: CLDF