Campanha Comunidade Solidária entrega mil absorventes para mulheres do DF

Iniciativa arrecadou 2 mil pacotes: metade foi distribuída na Casa da Mulher Brasileira e a outra será destinada a internas da Penitenciária Feminina



Por Catarina Loiola

Cerca de mil pacotes de absorventes íntimos foram entregues nesta quinta-feira (27) na Casa da Mulher Brasileira (CMB), em Ceilândia. A ação faz parte da campanha Comunidade Solidária. Ainda este mês, o mesmo quantitativo deverá ser destinado às internas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal – totalizando arrecadação de 2 mil pacotes.

Os itens foram doados por servidores da Secretaria de Atendimento à Comunidade (SeacDF), que organiza a campanha. A titular da pasta, Clara Roriz, afirmou que o objetivo é aumentar o senso de solidariedade entre a equipe. “Hoje estou bem e trabalhando, mas porque não ajudar quem não está na mesma situação, quem está precisando de ajuda?”, indagou.

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Roriz pontuou, ainda, que houve um empenho especial dos servidores em atingir o número de pacotes arrecadados para atender ao máximo de mulheres possível. “É muito gratificante ver que os absorventes chegaram a quem precisa”, disse ela, que também adiantou que novas edições da campanha serão promovidas em breve.

A entrega dos absorventes desta quinta teve a participação de moradoras do Sol Nascente/Pôr do Sol, Taguatinga e Ceilândia, convidadas para o evento por meio de lideranças comunitárias. A programação contou com uma palestra sobre autoestima, sorteio, vacinação contra a gripe e contra a covid-19, além de ações de maquiagem.

Maria de Lurdes Pereira recebeu também um kit higiene | Fotos: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília

A dona de casa Maria de Lourdes Pereira, 47 anos, ficou feliz em receber, além dos absorventes, um kit higiene – com escova de dentes, creme dental, sabonete, entre outros produtos. Para ela, esse tipo de ação demonstra cuidado: “Fico muito feliz quando consigo uma oportunidade dessa. Moro na Quadra 94 do Pôr do Sol e participo de ações sociais para ajudar outras mães, que precisam desse tipo de ação também.”

Amiga de Maria, a dona de casa Damiana Izidro, 46, comenta que muitas mulheres precisam priorizar outros gastos, antes da própria higiene. “Podemos até pensar “nossa, é tão barato“, mas a mulher, antes de comprar um absorvente, vai pensar duas vezes. Se ela comprar, pode faltar o pão para o filho”, diz. “Por isso ações como essa são tão importantes, para ajudar quem precisa”, completa.

Pobreza menstrual

Giselle Ferreira: “Precisamos falar sobre dignidade menstrual. Essa pauta não pode ser invisibilizada”

Presente no evento, a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, ressaltou o efeito negativo que a pobreza menstrual pode causar ao desempenho escolar e até no ambiente profissional. “Precisamos falar sobre dignidade menstrual. Essa pauta não pode ser invisibilizada. (…) Estou como secretária, mas sou professora. Nas escolas lidamos com isso no dia a dia. Quando as meninas estão menstruadas, a menção cai, a frequência cai”, salientou.

Ferreira também destacou o papel da CMB na recuperação de vítimas de violência doméstica. “Aqui, temos ações de capacitação, formação, palestras”, apontou. “A mulher precisa saber que será acolhida e que terá acesso a outras ações em prol da mulher. A casa funciona 24 horas, de segunda a segunda”, informou. Mais quatro unidades  da CMB serão construídas em São Sebastião, Recanto das Emas, Sobradinho II e Sol Nascente.

No dia 20 deste mês, a casa completou dois anos de funcionamento em Ceilândia, com mais de 5 mil atendimentos. “Nossa proposta se mantém na linha de defesa da mulher, do acolhimento. Recebemos mulheres que se sentem ameaçadas de alguma forma, dando encaminhamento a todas as demandas que ela possa ter, e também trabalhamos com capacitação profissional, para que a mulher possa seguir a vida tranquila”, explica a diretora do espaço, Francisca Cleia de Souza.



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FONTEAgência Brasília
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