Casos recentes de feminicídio mobilizam distritais

A deputada Dayse Amarilio (PSB) citou alguns dos crimes recentes, chamando a atenção para o caso de uma mulher de 42 anos que foi morta a pedradas pelo ex-companheiro



Por Eden Wen

Os recentes casos de feminicídio registrados no Distrito Federal repercutiram no plenário da Câmara Legislativa na tarde desta terça-feira (07). Vários deputados foram à tribuna para manifestar solidariedade às famílias das vítimas e cobrar ações do governo em defesa das mulheres.

Ao lembrar que já foram cinco mulheres assassinadas somente neste início de ano no DF, o deputado Ricardo Vale (PT) pediu aos colegas que fizessem um minuto de silêncio em memória das vítimas. “Devemos fazer um debate muito profundo sobre isso. Existem leis e mais leis e nada para essa onda de violência contra as mulheres”, reclamou Vale.

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A deputada Dayse Amarilio (PSB) citou alguns dos crimes recentes, chamando a atenção para o caso de uma mulher de 42 anos que foi morta a pedradas pelo ex-companheiro. “Nunca poderia imaginar que em pleno século XXI estaríamos vendo mulheres sendo apedrejadas. Precisamos de mais investimento nos programas de defesa das mulheres”, defendeu.

Amigo da família de uma das vítimas, o deputado Chico Vigilante (PT) lamentou a tragédia. “Sou amigo da família da moça que foi assassinada no sábado. É uma família de vigilantes, do setor P Sul. A criança presenciou o elemento atirando na testa da mãe dela. Aqui já tivemos uma CPI do Feminicídio, mas os homens continuam matando as mulheres. Ela foi morta porque disse que queria a separação. Deixo toda minha solidariedade àquela família”, afirmou.

Para o deputado Max Maciel (PSOL), é preciso ampliar as redes de proteção das mulheres. “As mulheres precisam ter acesso fácil às redes de proteção. Imagina ter que sair de Planaltina para ir a uma delegacia de polícia na Asa Sul. Isso faz muitas vítimas desistirem de buscar ajuda”, observou.

Doutora Jane (Agir), titular da Procuradoria da Mulher na Câmara Legislativa, defende que as ações contra o feminicídio comecem nas escolas. “Temos que trabalhar nossos currículos escolares. O ensaio da violência começa na adolescência, nas escolas, quando os garotos começam a dominação sobre as meninas. Os professores não se sentem preparados para realizer esse debate com seus alunos. Então podemos treinar os professores para que a mudança chegue nas salas de aula”, afirmou.

As ações em defesa das mulheres, no entanto, também precisam se refletir em outros setores da sociedade, segundo Doutora Jane. “Precisamos levar esse debate para as igrejas, que são absolutamente resistentes a esse tema. A polícia também ainda não está preparada para acolher as mulheres vítimas de violência. Uma mulher que leva oito anos criando coragem para buscar atendimento não pode chegar numa delegacia e ouvir do policial que ela está prestes a prender o pai de seus filhos”, explicou.

Já o deputado Fábio Félix (PSOL) reclamou da inação do Governo do Distrito Federal no sentido de regulamentar leis aprovadas pela Câmara Legislativa em defesa das mulheres. “Fizemos uma CPI do Feminicídio na legislatura passada e visitamos todos os serviços públicos voltados para a defesa da mulher. Tem muita gente capacitada, mas falta investimento. Existe um relatório com mais de 80 recomendações. Seis projetos de lei foram elaborados e aprovados em decorrência da CPI, mas nenhum deles foi regulamentado pelo GDF”, criticou.

 



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FONTECLDF
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